Lições da derrota
Os brasileiros da seleção estão voltando para casa! Na Espanha, na Itália, na Alemanha e até na Rússia. Apenas três ou quatro permanecem aqui. Ainda assim, sob efeito da derrota avassaladora sofrida diante da Alemanha. Em realidade essa vitória deles foi o resultado da organização metódica, da paciência, da disciplina, consequências de um duro aprendizado pela derrota de 2002. O time brasileiro repetiu em campo o que é norma no país: pouco planejamento, obras discutíveis feitas com atrasos, convocação de jogadores que por serem valorizados no exterior seriam mais importantes, confiando no jeitinho brasileiro que faz com que as coisas, feitas de afogadilho até no Carnaval, acabem dando certo. Não deu! Agora é tirar proveito da duríssima lição. Fazer no futebol, antigo orgulho nacional, o que a Federação germânica fez há vários anos: time para estar nas divisões principais tem que manter investimentos nas divisões de base, acoplados à educação formal. Inclusive a CBF aplicando a maior parte de seus lucros (pelo menos na Copa, fantásticos) em mudança de métodos e de concessões à malandragem dos cartolas. Nesta Copa que em má hora o ex-presidente Lula (curioso que ele não apareceu, por que será!) negociou trazer para o Brasil e que tantos questionamentos provocou, o mau humor do brasileiro em função dos desmandos, foi se transformando à medida que os visitantes chegavam, até virar uma grande festa. Só quem fez a lição de casa foi o povo. Se o turismo aumentar, será antes pelo tratamento que visitantes receberam da gente brasileira e pelas belezas que o país possui. A gana de tirar vantagem que prestadores de serviços demonstraram, com aumentos exorbitantes de preços, certamente não contribuiu. Que pelo menos esta derrota nos deixe algumas lições como legado.
Quarta-feira … de cinzas
Até o tempo em Curitiba amanheceu de ressaca nesta quarta-feira. Cinza, frio. É verdade que neste período do ano é comum ter-se dias assim. Quem não conhece porém imaginaria que São Pedro ficou melindrado com o resultado da véspera. Parece porém que Deus cansou de ser brasileiro e estar o tempo inteiro socorrendo as malfeitorias, principalmente dos mandatários do país.
Efeito Copa
Terminado o Carnaval fora de época com a acachapante derrota de terça-feira, é hora de voltar à realidade do país, que se afigura difícil. Inflação estourando mais uma vez a meta num mês em que tradicionalmente é baixa: efeito Copa. No Brasil, 6,52; em Curitiba 7,21. Com novos aumentos, especialmente na energia elétrica, julho não será diferente. Definitivamente o governo da presidente Dilma não sabe lidar com a inflação: será Mantega o Felipão da economia?
Cópias indevidas
A justificativa do presidente da Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar) para a concessão do auxílio-moradia, de forma indiscriminada a toda a classe de juízes e desembargadores do TJ, já estendida também ao Ministério Público pela tal isonomia que melhor seria se denominada patrimonialismo ou corporativismo(editorial da Gazeta), não pode ser aceita. Justifica ele a existência dessa excrescência em tribunais superiores e TJs de outros estados. Não é um argumento válido. De profissionais desse nível exige-se que sejam exemplo e não copiadores de infelizes influências externas.
Cópias indevidas (II)
Não por acaso a adoção do auxílio-moradia mereceu um ápodo do competente Rodrigo Walfrido Linhares que o denominou Minha Toga, Minha Vida. Qualquer semelhança com outro programa governamental é isso mesmo: pura ironia!
Dois pesos…
Um fato curioso atinge o PT de São Paulo. Deputado Luiz Moura afastado pelo partido por suspeita de ligação com o PCC, consegue na Justiça sua reintegração e anulação da convenção que lançou Alexandre Padilha ao governo paulista. Ao defender o afastamento a direção do PT paulista afirma: A sociedade brasileira exige que os partidos políticos ajam com rigor na escolha de seus filiados e candidatos (…) O PT empreenderá todos os esforços para fazer valer uma decisão soberana, democrática e pela ética na política. Postura diferente do Diretório Nacional que mantém em seus quadros os mensaleiros. Mais do que isso: prestigiados!
