Modelo imperfeito
As dificuldades que vive o governo Dilma Rousseff em seu relacionamento com as bases, está longe do modelo engendrado pelo governo anterior. Aquele, situação confirmada agora no julgamento do STF, voou em céu de brigadeiro por conta de recursos extras colocados à disposição de parlamentares. O novo modelo de convivência implantado pela presidente Dilma que, a serem verdadeiras as observações correntes em Brasília, tem pavio curto, sem as habilidades ($) do governo Lula e em boa parte, de seu Chefe da Casa Civil que o ministro Joaquim Barbosa insiste em afirmar ser o mentor do esquema de compra de apoios, tem criado atritos com os supostos apoiadores. Além do que, seu estilo é seguido por boa parte dos assessores que se sentem protegidos em ações menos republicanas, no trato com parlamentares. O resultado aí está: mais uma derrota em votação de assunto que o governo dava como imexível. A ministra Ideli Salvatti, quando viu a disposição dos deputados, especialmente os de bancadas de estados que não são beneficiados pela distribuição dos royalties de poços já licitados (maioria dos estados), em enfrentar o governo, jogou a toalha. Ela própria evitando indispor-se com a bancada de Santa Catarina,estado que é sua base eleitoral. Uma observação importante: se o presidente Obama, reeleito nos EUA com minoria na Câmara e maioria no Senado, precisar de informação de como o governo brasileiro conseguiu maioria aqui, terá de recorrer àquele que ele mesmo denominou de o cara: isto é, Lula. O governo Dilma não servirá como modelo.
Truco!
A reação do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, trucando a aprovação de novo modelo de distribuição de royalties pela Câmara, ameaçando com a não participação do Estado na Copa de 2014 e em não sediar as Olimpíadas de 2016, transforma o Congresso e também o governo (embora parceiro na ideia de não aceitar a divisão dos royalties já definidos), em reféns.
Veto quase garantido
Como no popular jogo de cartas, não se trata de um blefe. A definição do Rio como uma das principais sedes dos Jogos Panamericanos, da Copa de 2014 e sede das Olimpíadas, deixa o governador fluminense com o gato e o sete de copas na mão. Ainda mais que o projeto do governo derrubado na Câmara, ainda está sujeito à sanção (ou veto) da presidente Dilma que certamente não tem disposição de pagar pra ver!
Guerra dos postos
A guerra dos postos, em vigor na região metropolitana por conta de um maroto e suculento aumento de custos na gasolina, em véspera de um feriadão, está lembrando a guerra do pente ocorrida em Curitiba no final da década de 60 (século passado). Postos que não aderiram ao aumento orquestrado, estão sendo ameaçados e até alvo de represália armada. Em contrapartida a população pela via das redes sociais da Internet tem organizado boicotes.
Prato feito
A propósito de articulação: no Senado, senadores de vários partidos, do PMDB inclusive, começam a se articular para não ver vingar a fórmula imaginada por José Sarney que deixa a presidência dia 2 de fevereiro de 2013. A depender de sua vontade, elegeria para o cargo o mesmo Renan Calheiros que o deixara em 2007, sob suspeita de prevaricação. Para senadores como Luiz Henrique, um dos peemedebistas articuladores da resistência, a bancada está recendo um inaceitável prato feito.
Em choque
Mais um ingrediente na velada disputa entre o grupo petista lulista e o grupo atualmente no poder. Como se fora uma resposta ao artigo de José Dirceu, defendendo como prioridade do PT a regulação da mídia, a presidente Dilma, discursando na 15a. Conferência Internacional Anticorrupção, afirmou: Como eu já disse várias vezes, estou convencida de que, mesmo quando há exageros – e eles em qualquer área sempre existem –(…) é sempre preferível o ruído da imprensa livre ao silêncio tumular das ditaduras.
