Modelo superado

A opinião é quase unânime entre pessoas com discernimento para analisar a situação política do Brasil: horário político gratuito e debates televisivos pelas regras vigentes, são duas excrescências que pouco ou nada contribuem para reforçar a opinião do eleitor. Sobrariam as inserções curtas que ainda assim, pelo critério atual da distribuição de tempo em função das malfadadas coligações, compradas a peso de ouro em função do tempo de que dispõe cada partido, favorecem os candidatos com maior poder financeiro. Como o dito horário, de gratuito nada tem, pois os veículos que os inserem acabam beneficiados em seus impostos de rendas, redunda que quem paga a conta no final é o contribuinte. Para ouvir poucas propostas e muita agressão mútua. Melhor seria que houvesse a liberdade para aquisição de tempos nas rádios e TVs, na medida das possibilidades financeiras de cada candidato. Do modo que está, com grandes empresas financiando a produção de programas e inserções, através o caríssimo trabalho das agências de propaganda, o que seria um espaço fornecido pelo TSE para apresentar propostas, acaba sendo instrumento a quegovernos sejam corrompidos pelas cobranças que virão das referidas patrocinadoras. É só olhar a relação dos que contribuem para as campanhas atuais. Apoio individual, de gente que acredita no partido, émínimo. O resultado do atual sistema,viu-se terça-feira  aqui, pela RPC: um debate em que propostas estiveram ausentes e agressões, quase chegando a insinuações grotescas cabíveis na novela Império, foram ao ar.

Quase livre

Para se ter uma ideia do volume de recursos surrupiados nos oito anos como diretor da Petrobras, só Paulo Roberto Costa, que teve aceita a sua delação premiada, deve devolver um total de R$ 70 milhões de reais. Com isso, ontem ele foi liberado do cárcere em Curitiba e conduzido ao Rio no avião da Polícia Federal, onde cumprirá a pena de uma ano em prisão domiciliar; à partir daí terá direito por dois anos ao regime semi-aberto, quando poderá inclusive trabalhar, voltando à prisão para dormir.

Delação premiada

Imagine-se o que virá se o doleiro Alberto Youssef, que igualmente tenta a delação premiada, contra tudo o que sabe. Alguma coisa pode ainda vazar durante o segundo turno, botando ainda mais lenha na fogueira que crepitará até fins de outubro. Se denunciados com direito a foro privilegiado estiverem entre os citados pelo doleiro, seus casos irão pata STF, certeza de tratamento mais ameno que o dado aos mensaleiros, sem Joaquim Barbosa na relatoria e Gurgel na Procuradoria.

Momentos de glória

O episódio poderia ser definido como “a vingança do pipoqueiro”. Irritado com algumas posturas do ex-presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, que quando no exercício do cargo manteve algumas querelas com advogados das partes, no momentoso julgamento do mensalão, inclusive expulsando Luiz Fernando Pacheco, advogado de Genoino, que insistia em falar sem autorização, o presidente da OAB-DF, Ibaneis Rocha Barros Jr., vetou o registro de advogado a Barbosa. Documento obrigatório para que o ex-presidente possa exercer a advocacia. Ibaneis elenca situações em que Barbosa teria ofendido a classe. O veto está sendo analisado pelo Comissão de Seleção. Numa categoria em que advogados são presos por práticas ilegais, sem nenhuma manifestação das seccionais, a atitude de Ibaneis faz pensar queprocura seus momentos de glória: puro revanchismo. Só faz aumentar o prestígio populr do ex-presidente do Supremo.

Refresco financeiro

O apressado leilão de seis lotes de telefonia de quarta geração não rendeu o que o governo esperava mas, resolverá problemas emergenciais de caixa do governo. A Anatel contava com resultado igual ou superior as R$ 7,7 bilhões. Conseguiu R$ 5,85 bi.  A utilização da faixa de 700 MHz, ainda com problemas de liberação por parte de TVs, vai ampliar a capacidade de telefonia móvel a maiores distâncias e custo operacional menor.