Momento sério

O cenário político brasiliense talvez só tenha, em termos de tumulto, tido fase igual em 1964, quando as famosas forças ocultas que Jânio identificara como responsáveis pela sua renúncia, mobilizaram-se para derrubar Jango Goulart. Mobilizações como hoje não se consegue mais em virtude talvez da descrença do povo em seu poder de fazer com que o poder seja realmente exercido em seu nome como prevê o capítulo primeiro da nossa Constituição. Constituição que vê sua principal salvaguarda, o STF, envolvido em discussões que envolvem seus ministros e um ex-presidente. O tumulto que já era grande pela expectativa de julgamento de uma das grandes malfeitorias já praticadas neste país, o mensalão,v iu-se  ampliado pela descoberta do envolvimento de contraventor (jogo no país é contravenção não é crime) com os meandros da administração pública e agora, com supostas tentativas de cooptação de ministros do STF em favor da prorrogação do julgamento do dito cujo mensalão.  Situação complexa que pode levar a dificuldades imensas pelo desestruturado cenário político brasileiro, eivado de partidos sem filosofia. Campo ideal para que os mal intencionados – e eles dominam – exercitem seus interesses. Uma única certeza: se o momento não for aproveitado para dar novos rumos à política brasileira, dias difíceis virão pela frente. A responsabilidade da mulher que hoje comanda o país aumenta de importância. É fundamental que ela não se deixe manipular por visão eleitoreira do momento. A gravidade dos problemas postos exige uma atuação de estadista que infelizmente não tem sido a postura dos dirigentes mais recentes.

Versões e desmentidos

Há uma versão correndo os corredores palacianos em Brasília e dois desmentidos. A versão, mesmo que tardia dada pelo ministro Gilmar Mendes e as afirmações de Lula e Nelson Jobim, desmentindo-o mas não dando suas próprias visões do tenebroso encontro entre eles. Uma verdade foi restabelecida: Jobim, depois de informar que o encontro fora casual, admitiu ter convidado Mendes. A pedido de Lula.

Maiores explicações

Acossada pelas denúncias divulgadas pela Gazeta do Povo, a cúpula da Segurança compareceu à Assembleia. Pelo atraso com que chegaram pouco tempo tiveram para um diálogo mais aprofundado com os parlamentares. Limitaram-se a afirmar que os desvios já eram de conhecimento do Secretário e seus auxiliares diretos e que os desvios eram rotina numa estrutura desordenada. Nada convincente porém! O assunto, pela sua gravidade, merece maiores esclarecimentos.

Dinheiro público na parada

Passou na AL o pedido de empréstimo do governo junto ao BNDES para reemprestar ao Atletico, tendo em vista a conclusão do seu estádio para a Copa. Ainda assim uma situação mal explicada na medida em que se sabe agora, o potencial construtivo do clube aumenta, reduzindo o que lhe cabe pagar no empréstimo. Trocado em miúdos: Prefeitura e Estado pagarão mais do que ele.

Ficha suja, fora!

Passou também na Câmara de Curitiba o projeto que proíbe a contratação para cargo comissionado de pessoas envolvidas em situações ilegais. Com a emenda do professor Galdino que estende a proibição ao Legislativo municipal. Como em campanha política ficha limpa não é exigida no apoio a candidaturas, quem estiver estigmatizado que receba antes.

Em choque

Com a chegada de junho, mês das convenções municipais, os prazos para definições de candidaturas e seus respectivos vices, afunilam-se. Em Curitiba, ainda nenhuma definição. As candidaturas anunciadas ainda não completaram suas chapas.  Luciano Ducci, Gustavo Fruet, Ratinho Jr., Rafael Greca e outro menos votados ainda não sinalizaram em que companhia irão para as urnas.