Novas visões

A entrada de  Afif Domingos  no governo parecia tê-lo impregnado do espírito burocrático que em grande parte dominou este país. Ele que sempre foi um defensor da livre iniciativa parecia estar deslocado num governo  até ali,  defensor da estatização :  é preciso agora que se dê a mão à palmatória. Pelo menos em relação à área que lhe cabe. Há hoje um visível esforço para reduzir as dificuldades que antes a burocracia antepunha às empresas para suas implantações. Eram tantas as dificuldades que por vezes o empresário desanimava em meio ao caminho. A primeira tentativa mais visível de romper essa cadeia de empecilhos deve-se ao governo Castelo Branco, primeiro presidente do período dito revolucionário que implantou o Ministério da Desburocratização, tendo à frente um homem de inegável talento para a difícil missão: Hélio Beltrão. Num governo que também tinha Roberto Campos na defesa dessa posição. A tentativa morreu na casca, tão logo Castelo deixou o governo. Os burocratas, defensores do estado gigante, dominaram novamente o cenário. Agora, além do esforço do atual mandato em complementar o que já se obtivera de êxito na redução das dificuldades aos novos empreendedores, geralmente um dos grandes geradores de emprego, amplia-se do Simples, para o Super Simples. O que certamente estimulará  pequenas iniciativas, apesar do momento pouco propício a novos investimentos. A ação do governo federal é acompanhada no Paraná pela Junta Comercial do estado. O objetivo é propiciar a abertura de empresas de baixo risco, que não dependem de fiscalização prévia de órgãos como a Vigilância Sanitária, Corpo de Bombeiros, Meio Ambiente, em prazo recorde de até três dias. É parte do programa Empresa Fácil, implantada pela Jucepar, após investimentos realizados na sua modernização. Parece que os governos começam a entender que, facilitar a vida dos empresários é mais rentável inclusive para eles. Sem empresas, grandes ou pequenas, o estado como entidade não sobrevive.

Mudou o número

Quando a coluna previu que 2015, em relação ao ano anterior, pelo menos nas áreas governamentais, representaria apenas uma mudança de número no calendário, antevia que as dificuldades que estiveram presentes no final do ano, sem serem sanadas, provocariam manifestações de desagrado. Aí estão ameaças de greve no transporte coletivo da Região Metropolitana de Curitiba, parcela do  professorado com salários em atraso (agora solucionado) , ICI ameaçando parar serviços que prestam à prefeitura curitibana, para só ficar em alguns problemas regionais.

Momento difícil

Na área federal, redução de gastos  em um orçamento que sequer foi aprovado no Congresso. Se a norma é ‘gastar por conta’, agora a nova ordem é ‘economizar no que ainda não se tem’. É a presença de uma nova mentalidade que se anuncia na área econômica federal e que aponta para redução absoluta de gastos, modelo que sempre esteve ausente no período anterior. Resta saber se a presidente Dilma, sabidamente uma mulher de trato difícil, manterá o apoio que garantiu de início à atual equipe. A depender de outros ministros, a gastança continuaria sendo a tônica! Acontece que no momento, o cobertor é de pobre: cobre a cabeça, descobre os pés.

Problema antigo

Obras quase paralisadas no Paraná, pela falta de pagamento às empreiteiras, pelo menos em um caso, é atribuída pelo secretaria de Infraestrutura e Logística estadual,  ao atraso no repasse de recursos do programa federal  de Apoio ao Investimento dos Estados pela União. Outras obras como duplicação da PR-323, trecho Maringá a Paiçandu, tocada com recursos do DER (estadual) não tem previsão de pagamento. As dificuldades com o governo federal deverão marcar mais um período do governo paranaense em seu relaciooanmento com o federal.

Nomes estranhos

O aparecimento dos nomes  do deputado Eduardo Cunha e do ex-governador mineiro Antonio Anastasia, na Operação Lava Jato, embora possa ter característica de informação plantada, merece uma investigação profunda. Eduardo, visto como adversário pelo governo,  até agora era o candidato a presidente da Câmara Federal praticamente ungido.  Anastasia, ligado politicamente a Aécio, não teria por que receber recursos da Petrobras. Como informa, a empresa não tem obras em Minas. Era governador de oposição a Dilma. Se a  intenção é melar a investigação pode o tiro sair pela culatra. Cunha ameaça agora, se vencedor,  reimplantar a CPI da Petrobras. Para valer!