Números definitivos
O que se esperava em relação ao Porto de Paranaguá e em consequência ao de Antonina, por ser dependente do primeiro, está acontecendo. Os problemas gerados pela administração nada profissional dos últimos oito anos, ainda se fazem presentes, já que suas soluções demandam tempo. A falta de dragagem, por exemplo, já cobra seu preço: ainda agora o calado acaba de ser rebaixado de categoria, limitando ainda mais a saída de grandes navios com carga total. Curiosamente, isso é debitado à teimosia do governante anterior em manter no comando da autarquia um irmão que não era do ramo. Requião simplesmente só acreditava nas informações de Eduardo, psicólogo de formação a quem entregara a difícil missão. Quem como Leopoldo Campos, nomeado por ele para uma das diretorias se atrevesse a lhe trazer informações negativas em relação à administração imposta pelo Superintendente, simplesmente era demitido. Com Luiz Antonio Fayet, economista participante do Conselho da Autoridade Portuária, consultor de logística da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária, dono de um invejável currículo profissional, crítico contumaz do que ocorria no Porto, o governante nada pode fazer. Em contrapartida, não lhe deu ouvido. Daí as afirmações que agora Fayet faz à CPI da Assembleia que investiga os fatos da época. Fayet bateu duro. Apresentou documentos provando os prejuízos causados ao Porto e em consequência à própria economia do Paraná (R$ 20 bilhões em sua avaliação) e o afastamento de empresas que passaram a operar em outros portos (os de Santa Catarina agradeceram). Um dado apenas, neste comentário: com uma capacidade de armazenagem alcançando 1,1 milhão de toneladas, contra 700 mil de Santos, a capacidade de embarque em Paranaguá é de 1,2 mil toneladas por hora. Santos e Vitória embarcam 2,5 mil. Nada a acrescentar!
Tempo esgotado
Esgotou-se o tempo. Agora prevalece aquela piada do japonês: quem se filiou, filiou-se! Já é possível enxergar o quadro eleitoral que poderá ser montado em 2012, à partir dos nomes disponíveis. O que também se pode intuir, à partir dos pronunciamentos que já se ouviu será o baixo nível da campanha. Serão chutes da cintura para baixo.
Fogo…
Episódios recentes e outros que virão em nível municipal, certamente estarão no centro dos programas eleitorais. Como sempre levantados por terceiros. Para isso servem algumas legendas de aluguel. Para fazer as denúncias, evitando que os principais atores tenham que fazê-las. Incoerentemente, o eleitor tem orgasmos com as denúncias mas não gosta de quem as faz.
…cruzado
Serão eles: a camisa de onze varas em que se meteu um líder do PSDB, João Cláudio Derosso, presidente da Câmara curitibana, aliado de Luciano Ducci; os contratos entre a prefeitura de Curitiba e uma ONG especializada em ações para índios. No contraditório, problemas dos ex- ministros do governo federal e até de ministros atuais como Carlos Luppi, do PDT. Quem viver para assistir, prepare bom estoque de Omeprazol.
Folclore Político
O Paraná perdeu dia desses um político original: Antonio Ueno. Figura simpática, homem de grande importância nos diálogos do Paraná com autoridades japonesas, Ueno durante muitos anos militou como deputado estadual e federal. Atuante, no período em que Jaime Canet governou, visitando todo o estado do Paraná, em cada local que chegasse lá estava o Ueno. Deixava os representantes regionais irritados com um discurso simples, bem humorado, de grande efeito junto ao auditório, em que contava a história de um passarinho que tentava apagar um incêndio carregando gotas d’água no bico. Uma bela história de comprometimento. Canet brincava: aí vem o Ueno com seu passarinho-bombeiro. Ele se foi mas deixou um exemplo como o do passarinho de suas histórias: também foi comprometido e muito, com o Paraná.
