Nuvens negras
Enquanto o governo se debate na procura da forma de conseguir mais recursos para melhorar a qualidade do atendimento à saúde que é disponibilizada pelo SUS aos brasileiros, ameaçando inclusive com o ressurgimento da famigerada CPMF (evidente que com outro nome), a presidente Dilma cede à pressão do Judiciário que insiste num aumento que já o coloca como ainda mais privilegiado em relação às outras categorias do funcionalismo público. Na Câmara Federal o impacto de R$ 7,7 bilhões dos aumentos reivindicados pelo STF e Ministério Público, ainda não encontra correspondência no orçamento já enviado pelo governo, sem que haja cortes em outras áreas. Sem falar no efeito cascata assustador que tais aumentos, acompanhados por legislativos em todos os níveis, gerarão. Será pois uma queda de braço travada no Congresso, de conseqüências difíceis de serem avaliadas mas que ao final refletira contra ele, enquanto o governo dará uma de Pilatos, lavando as mãos. Uma única certeza: a Previdência Social, que já apresenta um déficit fantástico para atender a um milhão de aposentadorias de servidores, contra um valor equivalente para quase 23 milhões de trabalhadores comuns, será ainda mais afetada. Do mesmo modo, não será surpreendente que os bilhões referidos para fazer frente a esses aumentos, sejam os que faltarão à educação, saúde, segurança, infraestrutura. Como sempre! Se por outro lado prevalecer a tese de que a fonte de recursos para aprovação da emenda 29 como alertou a Presidente ao afirmar não me dêem um presente de grego, for a recriação de nova Contribuição, o povo já sabe com antecedência quem pagará a conta. De novo… Com nenhuma certeza, como já aconteceu, de que a saúde pública irá melhorar.
Voto secreto
Se nada de novo acontecer o presidente da Câmara de Curitiba, Caio Derosso, será suspenso por noventa dias dos cargos: presidente da Casa e vereador. Decisão do Conselho de Ética. A decisão não é definitiva. Passará pelo plenário. Se for voto secreto, uma boa oportunidade de sair ileso. Uma nova Jaqueline Roriz.
Vai render
As prisões efetuadas pela Polícia Civil e lacramento de quatro postos de combustíveis, por compra de gasolina e diesel roubados na Região Metropolitana de Curitiba, ainda não encerram definitivamente o assunto. Mesmo com a denúncia de envolvimento de ex-prefeito de Tijucas do Sul, muita coisa ainda tem que ser esclarecida. Ainda não se apurou se o roubo é encomendado ou se houve simples compras de quadrilhas organizadas. Falta desmantelá-las.
Reverências
A história se repete por vezes como farsa. No Congresso do PT o mais aplaudido foi Zé Dirceu. Reverenciado por Lula e a presidente Dilma, nem precisou receber o voto de desagravo por ter sido linchado moralmente pela imprensa segundo Lula, na semana, pelo fato de supostamente manter um escritório de lobby em Brasília.
Gentilezas mútuas
O fato de também supostamente ter sido o mentor do mensalão e em função dele demitido da Casa Civil e ter que renunciar ao mandato de deputado federal, ficou para trás. Só não está ainda esquecido pelo STF que, com a gentileza do governo que deve ceder à sua pressão por aumento, poderá retribuir sendo ameno no julgamento dos mensaleiros.
Lobby ou cortesias?
O que ninguém desmentiu foi a presença constante de Zé Dirceu em Brasília, ocupando uma suíte do caríssimo Hotel Naoum e recebendo visitas de presidente da Petrobras, ministros, deputados e senadores. Para que, se ele não tem cargo no governo? Um novo projeto de captação de recursos? Gabrieli sabe captar petróleo!
Em choque
Ameaça nada sutil! A Convenção do PT, entre outras preciosidades produziu um encontro entre a presidente Dilma e o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS). Ela foi direta: Tudo bem você votar a emenda 29 (que beneficia a saúde). Só quero saber de onde vai sair o dinheiro.
