O avesso da versão

Há quem veja no colunista político, um eterno pessimista, crítico habitual dos governos. A realidade é: alguém precisa ver as coisas sob outro foco, sem a visão convenientemente otimista dos governantes, que podem estar informados pelas pesquisas encomendadas diariamente, de um mal estar na opinião pública em relação a determinado assunto mas, orientam a equipe de comunicação e as agências de propaganda a seus serviços, para dourarem a pílula: surge então uma versão palatável ao gosto do eleitor. Vamos explicar com um fato do momento. Depois que surgiu o escândalo Pasadena, a usina sucateada  que os belgas compraram por US$ 48 milhões de dólares, deram uma recauchutada e venderam metade à Petrobras por quase U$ 400 milhões, muito mais informações vieram a público; inclusive a cláusula supostamente omitida aos Conselheiros (Dilma Rousseff, Jaques Vagner, entre outros supostamente enganados) que obrigava os sócios a, em caso de desconforto na sociedade, adquirir a parte do outro. O outro no caso, antecipadamente deveria estar acertado entre os negociadores – de parte da petroleira brasileira hoje conhecidos. Trocando em miúdos, a coisa foi parar em aproximadamente US$ 1,3 bilhão! Seguiu-se uma luta dramática em que a oposição queria esclarecer os fatos e o governo atual (o abacaxi vem do primeiro governo do Lula mas caiu no colo da presidente Dilma, que por coincidência à época brincava de fazer tudo que seu mestre mandar. O colunista poderia simplesmente seguir o modelo vigente na área televisiva: verbas da Caixa, da Petrobras, do BB, e outros, e embarcar nas versões oficiais. Continua a preferir não permitir que governos lhe passem atestado de conformismo. Repetindo a versão inicial de Graça Fortes (na sequência reformulada): Foi não só um péssimo negócio, como lançou sobre a Petrobras uma dúvida extensa sobre a seriedade de seus negócios. Dúvida levantada pela Polícia Federal!

Manifestação…

Desta vez a Justiça agiu rápido! A mobilização dos moradores de Toledo, contra o uso do fracking, técnica usada no fracionamento hidráulico para exploração do gás de folhelo (gás de xisto) na região, recebeu imediata decisão do juiz federal de Cascavel, Leonardo Cacau Santos La Bradbury. A medida atinge contratos já assinados em consequência da 12ª. rodada de licitações promovida pela ANP, arrematadas pela Copel e mais cinco empresas, entre as quais a Petrobras.

…acatada

A decisão que suspende as atividades, obriga o Ibama a realizar estudos técnico-ambientais que demonstrem a viabilidade do uso dessa técnica, sem os danos ambientais que produziu em alguns países como a Noruega. Canadá e Estados Unidos aplicam o método, sem grandes danos. A decisão não faz nenhuma referência ao método de  exploração do xisto piro-betuminoso em São Mateus do Sul, pela Petrobras, há muitos anos. Aparentemente sem riscos ao meio ambiente.

Ser ou não ser …

Situação confusa e delicada atinge o maior hospital paranaense, que vive uma situação sheakespiriana: ser ou não ser parte da Ebserh! Referência em vários tipos de intervenções cirúrgicas o Hospital das Clínicas, antes conceituadíssimo, vive dias difíceis. Está prejudicado pela decisão federal que obriga hospitais ligados a Universidades públicas a aceitarem a intervenção de uma entidade formada pelo governo federal para (supostamente) garantir o bom desempenho dessas instituições hospitalares.

…eis a questão!

A preocupação dos que estão envolvidos nessa discussão que na quarta-feira teve mais um capítulo – ou melhor não teve – mais uma discussão impedida pelos sindicatos de trabalhadores envolvidos. O problema porém persiste: se não aceitar a entrada no Ebserh, o HC fica à míngua. A incerteza é sobre como funcionam órgãos de governo, como essa nova estrutura criada. Cheia de boas intenções, em  pouco tempo já pode ter-se transformado nos modelos incompetentes que pululam no governo: Infraero, ANP, Aneel, e por aí vai… Competência, como se sabe, não é o forte de governos no Brasil, hoje transformado numa democracia de greves. Sempre em prejuízo do povo!