O golpe final
Uma tomada geral do Plenário do STF, durante as cinco horas da acusação do Ministério Público Federal contra os 38 envolvidos no mensalão, lembrou a cena que poderá ser aproveitada num futuro filme que certamente já estará na cabeça de algum produtor cinematográfico. Cena impressionante jamais vista naquela Casa, último recurso das ações judiciais. Na ala destinada aos advogados, contratados por alguns milhões de reais para a defesa dos réus, talvez as melhores cabeças da advocacia criminal do país, reunida. Especialmente os que atuam no eixo Brasília-Rio-São Paulo. A partir de segunda feira às 14 horas, cabe um deles terá uma hora para demonstrar seus talentos. Oportunidade para advogados e principalmente, acadêmicos de Direito exercerem um aprendizado que não estará disponível nas salas de aula nem reunidos num único livro. A gravação dessas 38 horas que certamente será feita, vendida posteriormente a peso de ouro. Apesar das entrevistas com defensores, tentarem desqualificar a denúncia de Roberto Gurgel, o fato palpável é que o mensalão foi uma bem estruturada maneira de integrantes do governo petista se beneficiarem do dinheiro público, logo ao início do governo Lula. Inclusive vem à baila agora, a confirmação do que Silvio Pereira afirmou: o objetivo era chegar ao bilhão de reais que garantiria a continuidade do projeto petista de poder. Uma informação vazada pela jornalista Miriam Leitão informa que o grande golpe, prejudicado pela denúncia de Roberto Jefferson, era manipular os restos dos bancos liquidados pelo Proer, no período final de FHC, logo ao início do governo Lula. Passar o Mercantil de Pernambuco para o Banco Rural; botar no esquema o espólio do Banco Econômico e por aí afora. Se Jefferson não colocasse tudo a perder, a glória!
Episódios…
Por ser extremamente longa, alguns aspectos da denúncia de Roberto Gurgel passaram desapercebidas. A que contava uma das retiradas feitas pela sócia de Marcos Valério, Simone Vasconcelos, no valor de R$ 600 mil reais, a ponto de ser levada de carro-forte à sede da SMP&B, deveria ter chamado atenção do próprio Banco Central.
…omitidos
Sabe-se porém agora que Marcos Valério teve reuniões com diretor dessa instituição, com o objetivo agora exposto por Miriam. Não por acaso dois dirigentes do BC, quando do escândalo do Fonte-Cindam foram afastados da direção, por envolvimento. Por coincidência dois que foram fundamentais na tomada do Bamerindus, passado ao HSBC por 1 real.
Devagar
Devagar, quase parando, a eleição municipal começa a dar o ar da graça. Carros de som começam a desfilar pelas ruas centrais de Curitiba, bandeiras são desfraldadas (oportunidade de trabalho para muitos), banners surgem nas calçadas. Com mensalão e Cachoeira na berlinda a eleição custa a engrenar.
Twittando
Na falta do que fazer pelo recesso e pela pouca atividade que a condição de Senador exige, Requião tem-se dedicado ao Twitter. Na sua avaliação, ninguém ter atacado o candidato Ratinho Jr. no debate da Band, deve-se ao fato de não levarem a sério a sua participação.
Atenção
Pelo raciocínio, seu candidato Rafael Greca também não foi atacado, o que é significativo. No entanto Ratinho Jr., assessorado por Marcelo Almeida e Borges dos Reis, amparado ainda no prestígio de seu pai que à custa de exames de DNA, tão ao gosto do povão, consegue grande audiência, não pode ser ignorado.
Alvo predileto
Já Greca, com sua capacidade oratória fundada numa sólida cultura, e seu grande conhecimento de Curitiba, mais obras de seu mandato como prefeito a mostrar (continuidade do período criativo de Lerner), deve colocar em xeque a atual administração. O que parece certo é que Luciano será o alvo preferido de todos os concorrentes.
Férias merecidas
(Este colunista tirará, depois de muitos anos, a partir de quinta-feira, uma semana de férias. Fugindo do frio, vai viver o clima (em todos os sentidos, inclusive no político) de Fortaleza.
