Onde chegar!

Junte-se os resultados das últimas pesquisas que mostram queda do prestígio de Dilma e avanço de seus opositores, com as palavras de Lula em Porto Alegre, em palestra estranhamente contratada pelo jornal espanhol El País e se terá a visão de que nem tudo é como parece. Em sua fala, Lula esqueceu-se que o governo que aí está é invenção dele e pôs-se a criticar a economia. Focou as imagens na figura do Secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin (triste figura para o Paraná), presente ao evento. Fez dele o exemplo vivo do burocrata que atravanca um governo. Com expressões do tipo: Crescimento baixo. Culpa do Arno! Basta liberar o crédito Em seguida ameniza: Não é culpa dele não. (…) É cabeça de tesoureiro (burocrata). Depois de auto elogiar seu governo, onde liberou o crédito para conter a inflação, tece crítica indireta à presidente Dilma que, pela visão apresentada é orientada erroneamente em relação a decisões econômicas e mantém tais burocratas nos cargos: Se depender do pensamento do Arno (e por que não do Mantega?)  você não faz nada, foi uma das suas afirmações. Enfim, Lula bateu no governo mais pesado que muitos de seus críticos. Interessante que a presidente que não aceita comentários negativos sobre seu mandato, desta vez não reagiu. Ainda teve que ouvir o ex-presidente afirmar que ele fez o certo e sabe o caminho correto.  Que dedução tirar desse comportamento? Estará ele preparando o terreno para numa eventual mudança do rumo (antes tido como tranquilo para a reeleição), assumir a candidatura! Ou tentando tirar o discurso da oposição, mesmo tendo que fazendo críticas ao atual governo, acenando que estará por traz de um novo mandato, corrigindo o que neste não foi certo! Se não tivesse aceito fazer a palestra, teria obtido melhor resultado.

Situação paulista…

 A leitura da pesquisa Datafolha deve realmente estar deixando a assessoria política do governo Dilma, de cabelos em pé. Um dado interessante está em São Paulo, onde o PT nasceu. Mesmo com a prefeitura paulistana nas mãos de Fernando Haddad (o estado é governado por  Geraldo Alckmin- PSDB) os números, aparentemente favoráveis, não os são. Dilma tem 23% no estado; Aécio, 22%.  Entre 31,5 milhões eleitores, um quinto do eleitorado brasileiro.   

…assusta!

Mas ela perderia para o tucano num eventual segundo turno: 46 a 34%. Acrescente-se que o poder de Lula em São Paulo é menor que no restante do país: dos 36% geral cai para 24%. Mas o número mais preocupante para o governo é o de indecisos, brancos e nulos. Lá chega a 37%, contra 30% no restante do Brasil. É um número respeitável! Mais de 11,5 milhões de eleitores, que, se decidirem mudar, tem mais tendência a ir com a oposição.

Ajuda ridícula

Foi péssima para o governo federal a repercussão da primeira ajuda ao Paraná, para socorro aos atingidos pelas chuvas torrenciais que assolaram quase 30% do Estado: R$ 140 mil reais.  Verdade que deve ser uma primeira medida de rotina mas, nas atuais circunstâncias, não pegou bem. Especialmente pelo fato de há mais de um ano, vir o Paraná tentando liberar recursos de empréstimos que, a cada dia, sob novos pretextos são negados. Acrescido à circunstância de uma das duas únicas liberações ao Estado, ter sido o empréstimo de R$ 130 milhões ao Atlético, para a conclusão de sua Arena para a Copa.

Medidas oportunas

As medidas adotadas pelo governo do Paraná em relação aos atingidos pelas cheias devem ter prazo mais longo. Três meses para taxa de água a R$ 1 real e parcelamento da conta de luz, mesmo que com cobrança iniciada daqui há três meses, é pouco. Medida importante como a liberação de recursos a empresários e comerciantes que perderam tudo, para reiniciarem suas atividades, via Paraná Fomento, autorizada pelo governador, precisa ser completamente desburocratizada.