Oportunismo político?

Se uma foto vale por mil palavras, a publicada com destaque em todos os jornalões das capitais valeu por dezenas de  milhares. Foto de Lula, Haddad e Maluf juntos só poderia ser imaginada no inferno. A Eliane Catanhêde lembrou em sua coluna na Folha que, o último exilado político do regime ditatorial, ao receber notícias ruins do Brasil afirmava para a mulher: Tu não queres que eu volte. Se o Gustavo Fruet tem dificuldade em explicar sua postura como deputado tucano brilhante que foi, atacando duramente os mensaleiros do governo Lula, em vésperas de serem julgados, é agora apoiado pelo PT mais jovem, aquele que não teve envolvimento no episódio, como Maluf, inegavelmente uma força em São Paulo, vai justificar o apoio que dá ao candidato de seu até então feroz adversário! Claro que com seu charme Lula, que hoje anistia Fernando Collor, depois de convencer os caras-pintadas a  saírem às ruas para derrubar o ex-presidente, vai afirmar que tudo não passou de oportunismo político.  Ai entra a melhor expressão de Eliane que afirma estar sendo Fernando Haddad apresentado como o novo: Coitado de Haddad, o novo que já entra velho. Por parte de Maluf também uma incongruência ao afirmar que faz isso por amor a São Paulo. O faz pelo cargo que um cupincha seu ganhou no governo federal. O resto é balela! Quem fica mal na história é Erundina que ameaça desistir da vice de Haddad para a qual foi indicada. Marta Suplicy que já estava distante da campanha, ficará ainda mais. Só Maluf ganha, fazendo adversários engolirem o que disseram dele. O tiro mais forte nessa coligação vem de dentro da mesma trincheira. Erundina, a vice de Haddad, coerentemente afirma, entre outras pérolas como a de que Maluf tem um passado abominável. Não se ganha eleição apenas com o tempo da TV. O que leva à vitória é o povo acreditar no projeto e se envolver na campanha.

Retificação

A bem da verdade, título da coluna de ontem, vamos restabelecê-la. Tentando mostrar o erro da revista Veja, no aspecto de patrimônio do prefeito curitibano Luciano Ducci e sua esposa Marry, publicou a coluna uma inverdade. O tio de Marry, Dionísio Dalprá, grande pecuarista como seu irmão Avelino (pai de Marry) não morreu vítima da chifrada de um nelore. Está vivo e são, para alegria de seus amigos entre os quais o colunista se inclui.

Votos salvadores

Um fato que contraria o voto de relator em processo da Justiça Federal (TRF – 1a. Região) chama a atenção. Os votos dos magistrados que decidiram serem as gravações da Operação Monte Carlo, realizada pela Polícia Federal válidas foram proferidas pelos desembargadores Cândido Ribeiro e Marcos Augusto Souza. Contrariaram o voto inicial do relator Tourinho Neto. Se aprovado o voto de Tourinho, teria provocado um efeito cascata em todas as operações feitas durante a operação.

Justiça tardia

A Justiça brasileira é sujeita a inúmeras protelações. O ministro Dias Toffoli do STF aceitou a argumentação da defesa do senador Demóstenes Torres (agora sem partido) e prorrogou a votação do Conselho de Ética do Senado sobre a cassação de seu mandato. Mesmo irritados com a decisão que dá mais três dias à defesa de Torres, a nova votação foi marcada para a próxima segunda-feira. Na Comissão, voto aberto. No Plenário voto secreto, em que Demóstenes joga suas fichas.

Em choque

As denúncias contra o patrimônio da família Ducci têm endereço certo. Disso ninguém duvida. A pergunta que fica: a quem interessa? Claro que a todos os seus adversários. Uma coisa porém é certa: quem pediu a divulgação, o fez de forma tão mal planejada que deixou a impressão serem da lavra dos próprios assessores do prefeito para evitar que tal patrimônio viesse à baila durante a campanha. Quem vive já viu Osmar Dias ter devassada sua fazenda no Tocantins na campanha contra Requião. O mesmo que por sinal já fabricara o Ferreirinha em 1990.