Oxigênio para a oposição

Se a oposição parecia morta, tal o empenho do governo em trazer para sua base o máximo de partidos, senadores e deputados, agora o povo lhe deu um novo fôlego. A despreocupação do governo que conseguiu retirar até o vice de Serra, Gilberto Kassab e o vice de Geraldo Alckmin, Guilherme Afif Domingos, até vinte dias atrás apontava para um céu de brigadeiro por onde voariam Dilma e seus mais próximos, rumo à vitória em 2014. As primeiras manifestações ocorridas em São Paulo, não tiraram o sono de ninguém. Tanto que Dilma já tinha duas viagens entabuladas. Uma para o Japão, devidamente protegida da imprensa, na medida em que agora, por determinação da Casa Civil da Presidência, não mais se divulga quanto cada viagem custa. Às favas a transparência desde que não faltaram críticas à extensão da comitiva e o custo da viagem de Dilma para cumprimentar o novo Papa Francisco. Japão e outras viagens podem esperar. O importante agora é ouvir o povo. Se ele quer reforma política, porque não! Vamos realizar um plebiscito para ouví-lo. Ele vai dizer, daqui há uns seis meses, só o tempo do TSE preparar-se,  se deseja mesmo uma reforma política. Então enviaremos uma PEC (projetos originários das Casas de Leis, existem muitos, devidamente engavetados). Coisa para um ano e meio, dois, se Dilma ainda for a governante (ou governanta?). Pena que nem os que acompanham o governo concordaram. Dilma ouviu os marqueteiros (com suas fórmulas mágicas) mas não consultou seus juristas. Por todas essas ironias que a coluna faz acima, é que a oposição tomou fôlego. A ponto de sugerir alguns pontos, no manifesto assinado pelos dirigentes do Democratas, do PPS e PSDB. Afirmando, entre outras coisas que, finamente O Brasil velho, repudiado pelas manifestações, falou ao novo Brasil. Prometendo o que sabe que não vai cumprir. Como se em campanha estivesse!

Baixar custos

O manifesto da oposição está centrado na melhor prestação de serviços públicos. Contempla o sistemático combate à corrupção, a restauração de padrões éticos de conduta, aumento da transparência  e respeito ao estado democrático de direito. Dá ênfase ao combate efetivo da inflação que se faz reduzindo custos. Com redução do número de ministérios, por exemplo!

Caminho pedregoso

Parece que não existe para o governo outro caminho. Se as atuais dificuldades persistirem, e o povo parece disposto a não dar tréguas, se não através de grandes manifestações, com passeatas setoriais que serão muitas, tal o número de reivindicações, o aumento da inflação será a grande arma da oposição, que um dia, no passado,  a domou.  O combate à inflação fatalmente obrigará a presidente Dilma a rever as despesas de seu governo que só fazem aumentar.  Não há João Santana que reverta esse caminho!

CPI preocupante

Uma CPI aprovada sem maiores resistências na Câmara Municipal, vai investigar o transporte coletivo de Curitiba através da Urbs e seu relacionamento com as empresas que há muitas décadas exploram o transporte coletivo de Curitiba. Um dos objetivos é entender os termos das licitações que sempre acabam em mais dos mesmos. Afinal, todas as vezes que o assunto ‘transporte coletivo’ vem à baila (agora com muita força popular), se fala em planilhas que nunca aparecem.

Mui amigo

Quem está deitando e rolando no Twitter, hoje seu meio de contato quase único com o eleitorado, é o senador Roberto Requião. Com sua costumeira ironia, faz restrições sérias á presidente Dilma a quem realmente ajudou em 2010. Votei na Dilma para que governasse, e o Brasil precisa de governo e decisões rápidas, não de conversa mole. Na seqüência Requião afirma: a presidente precisa deixar de brincadeira e governar.

Em choque

Vale repetir o que ontem se colocou aqui. O slogan da campanha de Ivo Arzua, em 1962, quando se elegeu prefeito de Curitiba com poucos discursos, que nunca foram seu forte: Mais ação e menos conversa. Parece ser essa a exigência popular do momento. De conversa e promessas o povo está até aqui..ó!