País do desperdício
O governo federal ontem amanheceu mais preocupado que habitualmente. Uma perda inestimável! Caiu o ministro do Turismo, Pedro Novaes. A mesma perda que ocorrera quando Ideli Salvati deixou o Ministério da Pesca. Ambos figuras imprescindíveis nessas áreas. Ironias à parte, a presidente Dilma que nesse caso não usou a sua vassoura moralizadora, deixando Novaes sangrar até a sua decisão pessoal de se demitir, quando poderia ter exercido sua autoridade aos primeiros sinais de incompetência aliada a fatores desmoralizantes, perde também a oportunidade de extinguir esse ministério e outros, como o da Pesca, cujas finalidades são só absorver verbas e exacerbar a gula de partidos da base de apoio. Reduziria um pouco a fantástica máquina pública que atinge quase 40 ministérios e secretarias com status, jogando pela janela preciosos recursos. Melhor seria, no caso do turismo e outros, destinar eventuais recursos a estados que efetivamente tenham programas nessas áreas. Não é o caso do Maranhão, berço de Novaes e do novo ministro, não por acaso de outra notória figura maranhense que se elege pelo Amapá, em relação ao turismo. Assim como a troca de Ideli que foi para a articulação política, muito mais do seu perfil, deixando a vaga da pesca para outro desconhecedor do ramo. Assim, caminha este país que apesar dos pesares, cresce; não tem dinheiro para saúde, educação, segurança, infraestrutura, mas o têm, às mãos cheias para jogar pela janela do desperdício. Enquanto isso tudo acontece, no Congresso briga-se por um ainda incipiente royalty do pré-sal que só será realidade total em 2020.
A cobrar
Ao tempo em que anuncia ser contra a criação de um novo imposto para melhorar a saúde (só pode ser para melhorar – pior do que estava, impossível), o governador Beto Richa anuncia que no próximo orçamento, primeiro elaborado pelo seu governo, vai colocar mais R$ 300 milhões no setor.
Contra o …
Um, candidato, outro, presidente de partido recém eleito. Enquanto Gustavo Fruet foi a Brasília em busca da consolidação de sua candidatura, ainda sem informar em que partido vai entrar, correndo contra o tempo (o prazo termina em 6 de outubro) …
…tempo
o deputado Elio Rusch, recém eleito presidente dos Democratas (ex-PFL), nesse curto espaço de tempo, tenta criar comissões provisórias no Paraná, preparando o partido para disputar as eleições de 2012. Seu objetivo: lançar o maior número de candidatos a prefeito e vereador nos 399 municípios do Paraná.
Opção complicada
Recém empossado governador e apenas nove meses e meio de mandato, o governador Beto Richa já começa a se incomodar com as perspectivas de eleições municipais em 2012. Com base de apoio ampliada pela adesão do PMDB (o mesmo que se locupletou com oito anos anteriores no poder), vai ter dificuldade em administrar as divergências locais e regionais. Importante lembrar que 2012 é antevéspera de 2014, quando, se não conquistar espaço nacional, terá que concorrer à reeleição estadual.
Continuidade anormal
Uma característica de grandes municípios (em todos os estados é assim), é serem oposicionistas. Talvez a exceção seja Curitiba em que, depois de Lerner em 1988, só deu prefeitos eleitos pelo mesmo grupo: Greca (1982), Taniguchi (1986-2000), Beto (2004-2008); agora Luciano Ducci, ex-vice exerce o poder. Não se vislumbra candidaturas capazes de mudar o quadro. A exceção, se bem apoiado (e com apoios entendidos pela população), pode ser Gustavo Fruet.
Em choque
A estranha decisão da 7a. turma do TRF- 4a. Região – Porto Alegre – (sem unanimidade), anulando os efeitos da Operação Dallas da PF que apontou milionários desvios no Porto de Paranaguá, será contestada pelas Procuradoria Geral da República. A Justiça precisa sofrer um reajuste no Brasil para evitar situações conflitantes como essa que envolve interesses milionários e suspeitos.
