Problemas a granel
Um dos problemas sérios que, não apenas a administração de Curitiba mas, todos os municípios limítrofes que compõem a sua Região Metropolitana enfrentarão, é a necessidade de políticas públicas conjuntas já que os problemas se entrelaçam. Saúde, segurança, transporte coletivo e com um volume de 2,5 toneladas/dia, o lixo, são alguns deles. Moradias também estão entre os cruciais, na medida em que a demanda cresce aqui e na Região mais rapidamente que a capacidade das municipalidades em solucioná-los. Daí a necessidade de Gustavo Fruet e sua equipe, sentarem-se à mesa do diálogo com os prefeitos reeleitos ou eleitos, em busca de soluções que atendam ao interesses de suas populações. Haja vista a constatação do novo prefeito de Araucária, Olizandro Ferreira (segundo mandato): com a pressão exercida sobre os bandidos pela instalação de UPSs nos bairros curitibanos, a criminalidade passou para a Região Metropolitana. Bandido não se regenera, muda de local de atuação, parece ser a conclusão à partir dessa constatação de Olizandro. É mais ou menos como jogar lixo por cima do muro, para o terreno do vizinho! A propósito desse incômodo e mal cheiroso problema –lixo, as visões dos prefeitos também diferem. Até por que ninguém quer a sua instalação no seu território. A alternativa talvez fosse estudar soluções que apesar de mais caras (o BNDES que é tão benevolente com os Eikes da vida, talvez ofereça linha de crédito para isso), hoje transformam lixo em energia. Solução que vem de países que já não podem mais colocá-lo em containers e mandar para outros países. Outro problema sério é a superlotação de hospitais e centros de saúde de Curitiba por doentes vindos de outros municípios fronteiriços com menos estrutura. Caso de Piraquara que ainda sonha ter um Posto 24 horas. Como se vê, problemas não faltam e imagina-se que Gustavo, com o entusiasmo que chega à Prefeitura, conquistada na raça, tenha disposição de enfrentá-los.
Acusação tardia
A ficha caiu um pouco tarde. A afirmação é do procurador geral da República, Roberto Gurgel, o mesmo que apresentou duras acusações aos mensaleiros, hoje praticamente condenados pelo STF, em relação ao novo depoimento de Marcos Valério. Depoimento mantido sob sigilo, em que o publicitário apontado como operador do esquema de corrupção, agora envolve Lula e Antônio Palloci no esquema de compra de apoio parlamentar, segundo o Estadão, conceituado jornal paulistano.
Oportunidade
Pelo sim, pelo não, petistas saíram em defesa de Lula, embora o Procurador já tenha afirmado que em relação ao julgamento do mensalão, em trânsito no STF, essa postura de Valério é neutra, não repercute. Se a oposição estivesse mais articulada, reduzida a pronunciamentos do senador Álvaro Dias e do presidente do PPS, Roberto Freire, material altamente combustível.
Sozinho
Freire quer entrar já com pedido de investigação para confirmar a presença do ex-presidente Lula no episódio. O Democrata e o PSDB, preferem aguardar manifestação oficial de Gurgel, não apenas a notícia atribuída à sua posição. Freire é radical: Se eles (DEM e PSDB) quiserem assinar, problemas deles! Não tenho que esperar mais nada.
FOLCLORE POLÍTICO
Piada sutil! Louco, quem! Com a ascensão do filho Gustavo à prefeitura de Curitiba, o nome de seu pai Maurício Fruet que ocupou o mesmo cargo (1983-86), voltou ao noticiário. No livro que este colunista produziu, reunindo fatos e folclore da política do Paraná (outro está em preparação – aceita-se colaborações) há um registro de momento hilário ocorrido em encontro de Maurício com Requião. Contava o sempre bem humorado Maurício que, quando Requião assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Urbano no governo Álvaro Dias, foi visitá-lo. Fim de tarde, luzes já acesas no gabinete. Pendurado num dos lustres, Maurício viu Doático Santos. Intrigado perguntou: Requião o que é que o Doático faz ali. A explicação: Esse louco agora acha que virou lâmpada. Tira ele dalí, retornou Maurício. E daí! Nós vamos conversar no escuro?
