Pronunciamento antecipado
Premida pelas circunstâncias que se agravam, a presidente Dilma Roussef antecipou seu pronunciamento à Nação. Depois de ter avaliado a gravidade da situação o que a obrigou a transferir viagem que faria ao Japão e convocar reunião com seus principais conselheiros, fez pronunciamento em rede nacional de rádios e TVs. Com objetivo de reafirmar sua autoridade, respeitando o direito de manifestação da população mas opondo-se firmemente à baderna que ameaça as reivindicações. Sua principal advertência caberia na boca de qualquer brasileiro de bom senso: Se deixarmos que a violência nos faça perder o rumo, estamos desperdiçando não só uma oportunidade histórica de mudar, mas correndo o risco de colocar muita coisa a perder, afirmou em sua longa prédica. Admitiu assim que muita precisa mudar. O que causa espécie é que poucas tentativas sérias de mudança tem partido do governo. A começar pelas sempre preconizadas reformas e jamais levadas a efeito, não obstante a suculenta maioria com que o governo conta no Congresso. Enquanto deu, preferiram deixar como está. Agora a situação é diferente. O que certamente as pesquisas internas mostravam mas o comodismo preferia ignorar, é que o povo não agüenta mais. Uma das maiores cargas tributárias do mundo, não traz serviços públicos correspondentes. O que se arrecada financia privilégios como a própria presidente admitiu ao referir-se ao custo das Copas. Pela primeira vez falou-se que todo esse bilionário investimento terá retorno, pois são financiamentos que não saíram do Tesouro Nacional. De onde saíram? Que país financiou? O que se sabe é que por traz de tudo está o BNDES, cujo abastecimento sempre foi feito, sim, pelo Tesouro. Banco público que faz investimentos a clientes privilegiados do tipo Eike Batista ou JBS. Dinheiro que priorizando pequenos e médios empresários traria muito mais retorno para o país, inclusive em empregos.
Royalties …
Outro mote do pronunciamento da presidente, na ausência de fatos novos a apresentar, foi bater na tecla dos royalties do pré-sal para a educação. Insistindo num tema que em princípio não encontrou receptividade num Congresso sem sintonia com a opinião pública. Uma consulta popular (recurso ainda a ser usado) mostraria que a maioria aprovaria tal iniciativa que, a exemplo do que aconteceu com pioneiras como Alzira Vargas, na criação da antiga LBA, iniciativa que visando implantação de programas sociais, num país carente, eternizou seu nome.
… para educação
Também a presidente Dilma se conseguir viabilizar o investimento desses royalties na educação, certamente não terá tempo de colher seu dividendos políticos. Estaria porém plantando a semente que germinará com o tempo, deixando sua marca positiva na História política do Brasil.
História e memória
Quem não conhece a História não usará a memória! Esta convicção vem da frase colocada recentemente na coluna, em relação ao tratamento que o Paraná recebe em nível federal. Foi escrito aqui que apenas quando Ney Braga foi Ministro da Educação no governo Geisel, o estado foi (mais) bem tratado. Aconteceram divergências! Para refrescar a memória dos discordantes: Ney levou a Brasília para altos cargos, Rischbieter, Maurício Schulmann, Osíres Guimarães, Edison Guimarães, EuroBrandão, entre outros.
Período fértil
Com Canet no governo do Estado, beneficiado pelas prateleiras do DER cheias de projetos, obra do governo Parigot de Souza, administrando como empresário e estabelecendo estradas e educação como prioridades; colocando Saul Raiz, um pé de boi para trabalhar na Prefeitura de Curitiba e Ney e sua equipe em Brasília canalizando recursos, o período foi farto em obras. Só faltou a Ney federalizar as universidades estaduais que tanto ainda custam ao Paraná.
Em choque
Para criticar as reclamações do governo do Paraná contra o tratamento que recebe do governo federal, os atuais ministros paranaenses precisam ter o mesmo comportamento que Ney Braga implantou quando em Brasília.
