Protelações perigosas

Com o cliente enredado em uma teia de denúncias propostas por um veículo de comunicação que, de tempos a esta parte assumiu a postura que sempre coube à imprensa num país em que poderes extrapolam seu poder, tornando privado o que deveria ser público, os advogados do ex-diretor da Assembleia, Abib Miguel, apelaram para um recurso perigoso. Para sustar o processo alegaram que o cliente estaria sofrendo distúrbios psiquiátricos. Alegação aceita em princípio  pela juíza da 9a. Vara Criminal de Curitiba, Regina Ramina de Lucca. Com um senão: determinou que em 45 dias uma perícia médica indique as reais condições do paciente. Começa agora um jogo burocrático envolvendo o IML que passa por fase pouco confiável de eficiência. O não cumprimento da determinação poderá redundar num apenamento ainda maior para o réu: a internação num hospital psiquiátrico, por exemplo. A confiança que advogados têm na impunidade por vezes leva a medidas que podem ser procrastinadoras mas, perigosas. Situação como a que vive hoje o presidente da Câmara Municipal de Curitiba: apoiado na forte base que sustenta a administração pública curitibana, empurra com a barriga a solução do delicado assunto. Sem se lembrarem os vereadores que tentarão a reeleição, e os assessores do prefeito Luciano Ducci que, a cada dia que passa, aproxima-se mais a eleição municipal de outubro de 2012, onde o tema será fartamente explorado como ficou patente no discurso de Gustavo Fruet, ao assumir a sua filiação ao PDT. Partido que por sua vez tenta se desvencilhar de seu presidente licenciado Carlos Lupi, hoje ocupando um ministério do Trabalho, eivado de denúncias.

Cenário…

Com Luciano Ducci tendo que administrar a delicada situação da Câmara, que poderá lhe trazer algum desgaste; com Fruet engajado num partido cujo ex-presidente Carlos Lupi, administra mais uma crise, a distribuição às mãos cheias de verbas para pescadores (reais e supostos) por conta do defenso – período em que ficam impedidos de pescar determinadas espécies – assunto que deveria caber ao desprestigiado  ministério da Pesca;

…confuso

não será surpresa que algum dos azarões do páreo eleitoral, correndo por fora, venha a incomodar os favoritos. Candidatos,  parece, não faltarão. Ratinho Jr., montando a extraordinária popularidade do pai junto ao povão, é um deles. Rafael Greca com o imenso conhecimento que tem da realidade curitibana e mais Rubens Bueno, que tem um recall de 20% da penúltima eleição municipal, formam o cenário.

Bom dia pra cavalo

O Financial Times de Londres, jornalzinho de uns  milhões de exemplares diários,  tira um sarrinho da presidente Dilma pelos conselhos que está dando aos países europeus (e aos americanos por que não!). Recomenda ela em seu tour europeu que cuidem da política fiscal. O Financial, do alto de sua insignificância, lembra que o Brasil tem a política fiscal mais perversa do mundo. Cobra muito em troca de pouco.

Reverso, perverso

A nota de ontem teria o Requião razão?, comentando as supostas propostas feitas ao governador de então, pelo também ministro de então, em outra pasta, Paulo Bernardo e denunciada  pelo governador como imorais,  foi desmentida pelo advogado Luiz Fernando Pereira. Informa ele que Requião está condenado a  pagar R$ 40 mil reais por calúnia e difamação.

Em choque

Vai além o defensor do ministro. Informa que no decorrer do processo sobre a denúncia de superfaturamento feita pelo hoje senador, uma proposta foi encontrada no governo federal. Requião alegara que Paulo oferecera R$ 550 milhões para implantar um trecho ferroviário, supostamente superfaturado. Obra que o governador afirmava fazer por R$ 150 milhões. A proposta enviada anteriormente por Requião ao governo federal pedia exatos R$ 550 milhões, garante Luiz Fernando. A dúvida que persiste: havia ou não projeto?