Público e privado

Por coincidência, ao citar nesta coluna ontem, a impressão dominante entre os membros da CPI da Saúde implantada na Assembleia Legislativa do Paraná,  de que sem um choque de gestão não bastará acrescentar recursos financeiros ao sistema de saúde brasileiro, as manchetes dos jornais trombeteavam que a administração estadual obtivera uma economia de 30% de janeiro a agosto, cortando gastos internos.  Por conta da austeridade imposta pelo secretário de Administração, Luiz Eduardo Sebastiani que, sendo homem do ramo (ex-presidente do Sindicato dos Economistas) leva para o governo a experiência da iniciativa privada. Algo que Jaime Canet Jr., em seu período de governo, com visão mais empresarial que política também implantou. Talvez seja o que falte hoje num governo extremamente politizado como o que Lula deixou para sua sucessora. É certo que a presidente Dilma tem consciência disso. Resta-lhe vencer a resistência que o corporativismo sindicalista de que Lula é originário e que o fez prestigiar CUT, Força e outros que tais, dando-lhes um  poder que o fez refém, obrigando-o a se curvar. Especialmente no momento em que se discutia a manutenção da contribuição,  obrigatória mesmo a funcionários  não sindicalizados: o valor de um dia de trabalho, recolhido compulsoriamente ao Banco do Brasil. Como mordomia é um benefício mesmo que transitório ao qual as pessoas se adaptam rapidamente, e no caso brasileiro, na área sindical patronal ou empregatícia, sem normas que limitem tempo de permanência (aí estão dirigentes de entidades  como exemplo), eleger dirigente é fácil, assim como político contratar parente: difícil é tirá-lo de lá! No Brasil, quem assume poder entende que pode tudo. Inclusive transferir o público para o privado!

 

Arena em obras

A pergunta de outra coluna continua sem resposta: Mário Celso Petraglia cumpriu o prometido. A complementação da Arena da Baixada, estádio ao Atlético Paranaense sendo adequado para a Copa do Mundo de 2014, teve início. Como repercutido aqui em palavras do dirigente, sem certeza da origem dos recursos para conclusão da obra.

 

Motivação política

Como se trata do único estádio que só agora inicia as obras, embora com mais de 50% das exigências da Fifa já preenchidas pela formatação moderna do estádio, contando ainda com apoio dos governos federal, estadual e municipal, porém fundamental para a eleição de 2014 que ocorre 3 meses depois da Copa, é certo que o dinheiro surgirá de alguma maneira para a conclusão orçada em R$ 180 milhões.

 

Herança maldita

A imagem de que brasileiros são todos irmãos vem a calhar quando se trata da divisão dos recursos que advirão do pré-sal: na hora de dividir herança é cada um por si. Não há patriotismo que se sobreponha. Essa é a realidade que antecede a chegada desses valores ainda distantes, e já motivo de briga entre os estados irmãos. O veto à distribuição entre todos os estados é uma das heranças do governo Lula.

 

Teria Requião…

Uma defesa a cobranças dos ministros paranaenses Paulo Bernardo, Gleisi Hoffmann e Gilberto Carvalho, pela menor participação  do Paraná na distribuição dos recursos orçamentários federais, peca pela falta de memória. Não obstante as cobranças  que os próprios fazem e que servem como justificativas.

 

…razão?

Os três ministros afirmam  que ao Paraná faltam projetos: vem a lembrança duas ofertas não aceitas pelo governo Requião.  A de recursos para o novo cais do Porto de Paranaguá e a do ramal ferroviário Guarapuava-Irati. Recursos oferecidos sem projetos e que geraram suspeitas levantadas pelo governador de então e que lhe valem hoje ações movidas por abalo moral.

 

Em choque

Continua a novela que envolve o STF e a o CNJ. A cada dia aumentam as manifestações em defesa da manutenção da fiscalização do Conselho sobre os tribunais de justiça estaduais.