Questão de economia
As verdadeiras palhaçadas que se repetem a cada dois anos na estranha democracia brasileira, capazes de fazer corar o palhaço Tiririca cuja atuação na Câmara se revela mais séria do que a de muitos que não são da sua profissão, são reflexos do sistema eleitoral vigente. Com a permissividade em termos de coligações, as mais esdrúxulas e inadequadas, prova-se mais uma vez que o ideal seria a votação da PEC 38/2011 que repousa placidamente numa das gavetas da Comissão de Constituição e Justiça daquela Casa de Leis. Se é que a Câmara Federal (como quase todos os legislativos) ainda merece esse cognome, depois que abre mão do direito de legislar em favor do Executivo. A referida PEC implantaria a coincidência geral de mandatos e moralizaria minimamente essa nossa democracia, por enquanto escrita assim mesmo, sem D maiúsculo. Com essa coincidência, que colocaria ao mesmo tempo, de quatro em quatro (talvez até aumentando os mandatos para cinco) anos todos os entes políticos em disputa, desde vereadores, até Presidente da República, evitar-se-ia cenas como aquelas protagonizadas por Paulo Maluf e Lula, ao redor de um atônito Fernando Haddad que talvez nunca se tivesse imaginado protagonista de cena como aquela; SE fosse acrescentada ainda a obrigatoriedade de partido apresentar candidatura própria, sem direito a coligação, a política brasileira daria um salto, saindo desse pântano em que se encontra. O episódio Lula/Maluf foi citado apenas como o exemplo mais contundente da atual situação. Outros, inclusive da política curitibana, seriam evitados. Parece porém que os políticos brasileiros preferem continuar com esse espetáculo grotesco de a cada dois anos, verem-se envolvidos em caras disputas que inclusive ameaçam seus próprios futuros. A coincidência seria portanto para eles, até uma questão de economia.
Acertos antecipados
O episódio gerado em torno da vice, na chapa do atual prefeito curitibano Luciano Ducci, que acabou por confirmar a candidatura de Rubens Bueno, depois de intensas negociações que inclusive envolveriam, segundo rumores apoio a ele para o Senado, ou à filha Renata, pivô do qüiproquó à Câmara Federal em 2014, gerou outro fato.
Descontentamentos
O PSD de Kassab, aqui representado principalmente pelos deputados Eduardo Sciarra (federal) e Ney Leprevost ( estadual), viu-se preterido na escolha do vice. Acordara em sua convenção de apoio a Luciano, a disponibilidade de Ney para ocupar a vice da chapa. Assim como o Democratas colocara o nome de Osmar Bertoldi.
Apoio valorizado
A escolha de Rubens e a decisão da Justiça Eleitoral em conceder ao PSD, dois minutos de tempo no horário eleitoral, valorizou seu apoio e fez com que, insatisfeito com a decisão da coligação oficial, recuasse. Na convenção de ontem (infelizmente encerrada depois desta coluna ser produzida), o partido ameaçou mudar de posição, retirando seu apoio. Outros interessados se manifestaram. Boas negociações podem ter ocorrido, se o apoio anterior foi mantido.
FOLCLORE POLÍTICO
Este colunista pretende nos próximos dias dedicar-se à produção de um novo livro Paraná Político – História e Folclore, para o que está solicitando a colaboração dos amigos do interior. O primeiro, escrito em 1999, foi prefaciado pelo veterano e respeitado jornalista Luiz Geraldo Mazza. Nesse prefácio, Mazza contou uma estória protagonizada por ele e Roberto Requião, nos moldes de uma que hoje corre a Internet sobre uma suposta morte de Lula e os problemas criados no céu e no inferno. Contou Mazza que, tinha morrido e batido na porta do céu. São Pedro não o deixou entrar por ter tido ligação com a política. Mazza irritou-se e cobrou de São Pedro, ao ver Requião lá dentro rodeado por várias pessoas que o ouviam. E como é que o Requião está lá dentro! São Pedro justificou-se: É que ele pensa que é Deus. PS – os que tiverem colaborações do gênero, favor enviar para [email protected]. Serão bem recebidas.
