Realidade assustadora
Ao colunista salta aos olhos a passividade com que age a oposição, diante da avalanche publicitária com que o governo federal vende seus projetos, especialmente a forma demagógica com que o combate à miséria absoluta é apresentado. Um autêntico comercial de campanha! Acompanhado pelos pronunciamentos agressivos da presidente Dilma nos palanques que obras do governo lhe garantem, como ocorreu em João Pessoa. Só falta para aumentar sua semelhança com o padrinho Lula, retirar o microfone do pedestal e começar a repetir a escola peripatética implantada por Aristóteles, cujas aulas eram dadas caminhando de um lado a outro. Exatamente como Lula repetia nos seus pronunciamentos. O assombramento do colunista em relação a essa postura da oposição que assiste impassível à exibição de competência do governo atual, mesmo que como bem lembrou FHC em artigo recente, a própria presidente em pronunciamento inicial de seu governo tenha elogiado o que recebera de seu antecessores, aí incluídos os projetos sociais implantados por dona Ruth Cardoso e colocados numa mesma cesta pelos governos do ex-presidente Lula. De repente, não mais que de repente, também ela se soma às afirmações dos petistas de que receberam uma terra arrasada; tudo foi construído nos últimos dez anos, pelo milagre do PT-governo. Caberia à oposição se não estivesse acovardada, agarrar-se a um artigo de Miriam Leitão, em que ela reúne três situações envolvendo Petrobras, BNDES e Caixa; a primeira numa estranhíssima negociação com a trading belga Astra/Transcor com perda significativa de US$ 1,180 bi. Somando-se aos prejuízos do BNDES ultrapassando os R$ 3,3 bi e mais o bom negócio da Caixa ao adquirir parte do banco Panamericano, de Sílvio Santos, pela bagatela de R$ 800 milhões. Dias antes de vir a público o furo no banco: R$ 4,1 bilhões. Nada disso tem sido aproveitado pela oposição. Apenas o Ministério Público apresentou ao Tribunal de Contas da União, representação contra a Petrobras.
Tem mais…
A coisa não para aí: há ainda a mal explicada construção da refinaria Abreu e Lima em Pernambuco, supostamente em sociedade com o governo da Venezuela. Com custos a serem bancados por Petrobras e o governo daquele país. Até hoje não se sabe se algum dinheiro veio do governo chavista. O que assusta é o valor da obra previsto inicialmente para US$ 2,5 bi, estar caminhando para US$ 20 bi. Com um adicional: construída para refinar petróleo vindo da Venezuela. Beleza de negócio…
Preocupações governamentais
Todas essas situações que já são de domínio público, dariam à oposição material suficiente para requerer uma CPI cujos efeitos seriam avassaladores. Especialmente pelo fato de se saber hoje que alguns ex-companheiros estão atuando como lobistas e, alguns ou todos esses problemas reunidos pela jornalista Miriam Leitão, terem características de negociatas. Diferente da engavetada CPI do Cachoeira, esta, se levada a efeito, certamente mostraria que o governo não abandonou os pobres, como informa o comercial, mas também tem preocupação com alguns ricos. Cada vez mais!
Comparação inevitável
Especialmente em se tratando de um país (e o Paraná está inserido nele) em que todos os temas por mais sérios, acabam dando origem a piadas. A reunião do secretariado desta terça feira, programada para dar posse ao deputado Cheida, na secretaria de Meio Ambiente, trouxe à mente a escolinha do Requião, criada para que aquele governador descarregasse sua bílis semanal sobre os adversários. Ao vivo e a cores já que transmitida pela TV Educativa, de saudosa memória.
Em choque
Outro assunto a suscitar ironias foi a falta de criatividade no aproveitamento de dirigentes de órgãos governamentais, substituídos. Caso de Jonel Yurk, que deixa a secretaria. Como outros vai para diretoria da Copel. Quantas ainda estarão vagas por lá?
