Situação delicada

Uma lei americana criada para combater a corrupção, punindo empresas americanas que subornam funcionários para fazer negócios no exterior, pode atingir a Petrobras, na medida em que vale para companhias com ações negociadas nos EUA.  Com as denúncias que apontam os casos de corrupção ocorridos na estatal brasileira, envolvendo principalmente o doleiro Aberto Youssef e diretores da empresa, especialmente Paulo Roberto Costa e outros, supostamente envolvidos em desvios que poderiam chegar a R$ 10 bilhões, cresce a chance de a lei americana que prevê punições para fraudes em registros contábeis e controles internos das empresas serem aplicados contra a Petrobras. Uma advogada brasileira conhecedora dessa legislação  em que já atuou, afirma que as penas podem chegar a multas pesadas e à prisão de executivos envolvidos. Como, segundo ela, a maioria dos casos é resolvida em acordos das partes com o governo dos Estados Unidos, é se imaginar que a estatal possa ser obrigada a pagar indenizações milionárias. Estaria aberto o caminho para que investidores prejudicados com a enorme depreciação ocorrida nas ações da estatal brasileira, desde a ocorrência das primeiras denúncias, possam igualmente recorrer à Justiça americana para se ressarcirem dos prejuízos. Assunto que ainda vai dar muito “pano pra manga”, podendo inclusive respingar em autoridades brasileiras que participaram de Conselho da Petrobras, já que os controles internos da companhia são alvo da investigação do Departamento de Justiça americano.

Frase infeliz

A primeira baixa no governo da presidente Dilma (além é claro da saída antecipada de Mantega, ainda não concretizada), já foi produzida. A senadora paulista Marta Suplicy volta ao Senado, depois de ter servido  ao governo na condição de Ministra da Cultura, em substituição à irmã de Chico Buarque. Sai auto-elogiando algumas ações possíveis, apesar do baixo orçamento. Faz  crítica indireta ao atual ministério  de Dilma ao “desejar” que o novo,  a ser escolhido para o próximo mandato, “possa resgatar a credibilidade do governo”.

Agonia prorrogada

O corporativismo dentro da Câmara Federal, fez com que até agora o “agonizante mandato de André Vargas”, tenha sido mantido. Com sucessivos adiamentos de votações, há 76 dias a Comissão de Constituição e Justiça da Casa não vota nenhuma proposta. Como a “pauta está trancada” em função disso, 171 proposições aguardam na fila de votação. Vargas é acusado de envolvimento com o doleiro londrinense Alberto Youssef, preso pela Operação Lava Jato.

Luta acirrada

Com mais quase dois meses de antecedência, deputados do atual mandato disputam o espaço mais valorizado no governo do reeleito Beto Richa. Para a Casa Civil, três nomes estão cotados: o deputado federal Eduardo Sciarra, que não concorreu a novo mandato para coordenar a campanha vitoriosa de Beto; Valdir Rossoni, atual presidente da AL e deputado federal eleito; por fora corre o jornalista Deonilson Roldo, que Chefe de Gabinete do governador no atual mandato, exerceu de fato as articulações cabíveis ao Chefe da Casa Civil: foi ‘de fato’ o que agora pretende ser  ‘por direito’. Qualquer dos dois outros que vença, vai disputar espaço com ele!

Disputas

Nas 399 câmaras de vereadores do Paraná, as disputas por cargos de direção, são acirradas. Na Câmara Municipal de Curitiba, três nomes vão disputar a Presidência da Casa. Ailton Araújo (PSC), Pedro Paulo (PT), atual líder do governo e Pastor Valdenir (PRB). Curiosamente o ex-vereador, que por 16 anos ‘mandou na Casa’, João Derosso é figura importante na articulação de uma das candidaturas. Algumas vantagens retiradas dos vereadores anteriormente, voltam à mesa de negociações. No tiroteio atual,  dois outros candidatos por enquanto se fingem de mortos.

Pressão municipalista

É cada vez maior a pressão de prefeitos para a sanção do projeto que altera o indexador das dívidas de estados e municípios pela presidente Dilma. Na reunião de Campinas, em que o vice-presidente Michel Temer esteve presente, a pressão foi mais uma vez exercida pela Frente Nacional de Prefeitos. A medida dará um desconto de R$ 59 bilhões a estados e municipalidades, prejudicados pela redução do FPM.