Solução infeliz
O problema maior para o exercício diário do jornalismo político é a repetição exaustiva de temas como a corrupção que em nosso país assume característica de endemia. Cansa o leitor e igualmente tem reflexos negativos no jornalista, obrigado a divulgar situações como a vivida pelas ONGs. De repente, expertos descobriram que esse era um filão em que o dinheiro do governo, que em realidade é seu, leitor, na medida em que os governos não produzem nada, só usufruem a produção dos brasileiros, vazava sem maiores dificuldades. A solução adotada, após algumas delas serem flagradas em delito, ao invés de como sugere o filho de dona Zilda Arns, Nelson Arns Neumann, hoje administrando a entidade (seríssima) montada pela sua mãe, terminar em cadeia para os infratores, seguiu outro caminho: a punição generalizada. Assim, a Pastoral da Criança, citada pelo próprio presidente da Controladoria Geral da União, como exemplar, foi colocada na vala comum, ao lado de ONGs fajutas. Ela que atua em 4 mil municípios brasileiros e estende suas ações para outros países carentes (a doutora Zilda morreu em combate no Haiti, praticando o que sabia fazer de melhor: o amor ao próximo), acaba de apresentar um balanço do ano de 2011 em que aparece um déficit de R$ 1,4 milhão, atingida que foi pelo corte punitivo do governo. Com um detalhe importante: trata-se de uma Organização Não Governamental que vive de doações. A cada Real que o governo, com atrasos e uma burocracia que custa caro a entidade coloca, 9 reais são das contribuições que a entidade recebe em doações voluntárias. Como a Pastoral, outras entidades sérias foram punidas. Situação que lembrou uma das imbecilidades geradas nos porões da ditadura de 64: um censor, em função de que peças teatrais tidas como subversivas (palavra da moda) eram encenadas, sugeriu que se fechasse os teatros. Solução parecida com a adotada agora pelo governo.
Hipocrisia
A traumática troca de comando da Polícia Militar do Paraná, ensejou manchetes em que um detalhe foi destacado: o conhecimento que o ex-comandante mantinha com bicheiros, atividade a que seu falecido pai se dedicara. A proibição do jogo de bicho (1946) transformou a atividade, antes ingênua, numa fonte de corrupção policial e envolvimento com outras atividades danosas. Hipocrisia de um país que proibiu o jogo mas sustenta o maior cassino virtual do mundo: a Caixa Econômica Federal.
Vida ou morte
Suor e lágrimas: este é o clima que antecede mais um jogo decisivo do Atlético em sua desesperada luta para fugir do rebaixamento. Enfrentar um América já rebaixado mas que venceu times que estão na ponta da tabela, em seu terreno, vai exigir que os atletas levem para o campo, um espírito de luta que por vezes faltou. Por ironia, alguns torcedores vêem na desgraça do Atlético, a oportunidade de retomar o comando da agremiação.
Super Oeste
Anselmo Cordeiro, festejado locutor de rádio do sistema Globo de Cascavel, ex-Rádio Independência, entrevistou este colunista, no ar, lembrando os 35 anos de fundação da emissora. neste novembro. Pelo simples fato de ter sido o colunista, o seu fundador. Lembrando que o slogan, O novo som do Super-Oeste então adotado, era uma premonição do fantástico desenvolvimento que a região alcançou.
FOLCLORE POLÍTICO
Quando do primeiro aniversário da Rádio Independência, um jantar no Country Clube reuniu autoridades e anunciantes da emissora. Ao saudá-la, o então excelente prefeito (fala-se na sua disposição de voltar a disputar o cargo) Jacy Scanagatta, confundiu em sua saudação o nome da Independência, saudando a Rádio Colméia. Este colunista aproveitou o ensejo para elogiar a habilidade política do prefeito que, ao saudar a jovem emissora, homenageou também a Colméia, rádio que há muitos anos levava entretenimento à população da região.
