Tempo instável
Os que conhecem o clima de Curitiba sabem que ele é tão instável quanto uma campanha política.
Daí os mais experientes terem sempre um guarda-chuva e um pulôver no carro, muito embora a
previsão do tempo seja extremamente favorável. Afinal, os serviços de meteorologia em relação a Curitiba tem errado tanto ou mais que os institutos de pesquisas eleitorais. O colunista, veterano conhecedor do clima curitibano, tanto quanto do clima político paranaense, já imaginara que a campanha no seu primeiro turno seria relativamente morna. Tirante os partidos agressivos de sempre, apenas a previsão de que o candidato do PMDB, Rafael Greca, contestaria a atual administração de maneira mais agressiva por duas razões: primeiro por já ter sido prefeito e gente nessas condições só vê defeito no que os outros, na mesma posição fazem; segundo por estar na companhia do Requião que quebrou lanças com seus companheiros de partido para impor a candidatura. Tanto que companheiros antigos, divergiram e foram apoiar o candidato apoiado pelo governador. Dentro da filosofia de que, mesmo que se perca os anéis, salva-se os dedos. Afinal Beto tem mais dois anos e pouco de mandato. Esse apoio de Requião, hoje transferido para Ratinho Jr., reunindo novamente toda a equipe, especialmente o agressivo Doático Santos, só poderia terminar como está terminando: com a campanha do jovem parlamentar filho do famoso apresentador, mudando o rumo e partindo para a agressão. Vale agora lembra a frase de Requião que se aplica a este novo momento (nesta altura com velhas idéias e atitudes): Campanha de alto nível é para quem tem o rabo preso.
Baixando…
O comercial que agride Gustavo Fruet e o PT que o apoia, apresentado como se não fosse um apêndice do programa de Ratinho Jr., tenta deixar a impressão que se trata de uma produção avulsa. Só é desmentida pelo fato de a logomarca da campanha encerrar o programa, após a sua exibição.
…o nível
Não será surpresa pois, se a provocação à coligação de Gustavo, for replicada, gerando um clima de revanche e novas agressões. Baixando o nível de uma campanha que, pelo menos no rádio e nas TVs, andava bem. Nas mídias alternativas, como os da Internet, as agressões e piadas correm soltas. Vejamos o que ocorrerá no debate da Band, nesta noite. Muito embora seja um debate bastante amarrado.
Apoiamentos imprevistos
Em matéria de apoiamentos, o segundo turno em Curitiba é no mínimo curioso. Enquanto o programa do Ratinho Jr., censura o apoio recebido pelo oponente do PT (que realmente combateu quando parlamentar tucano), a própria campanha crítica tem em seu interior, alguns petistas de carteirinha. Requião, Greca, agora reencontrados com Doático Santos, Romaneli, na estrutura de Ratinho Jr.(estes tinham apoiado Luciano Ducci, pupilo do governador na base do mesmo que perca o anel, fica o dedo – Beto tem ainda dois anos e pico de mandato).
Ideologia às favas
Já a campanha de Gustavo, mesmo com apoio do PT, engloba o apoio dos vereadores Democratas municipais (fora o presidente municipal). Conta também com a presença do PPS de Rubens Bueno, que no primeiro turno foi o vice de Ducci. Sem contar o do deputado tucano Mauro Moraes, forte liderança na região sul que era dado como certo na campanha de Ratinho Jr..
Em choque
Uma observação mais da área econômica: a Federação das Indústrias otimista com o nível de oferta de empregos, não obstante o cenário pessimista internacional. Com um detalhe curioso: há mais procura de empregados com nível universitário com especialização que, os de formação genérica. Não admira a procura maior nesta fase pré-vestibular por cursos de especialização.
