Trabalhador, sim!
A colunista de economia Miriam Leitão, afrontou o que o sociólogo italiano Domenico De Masi, autor do grande sucesso Ócio criativo, repete em seu segundo livro, igualmente fadado ao sucesso, quando retoma o tema ócio do brasileiro. Para ele, é consequência de nossa origem indígena. Os índios não trabalhavam. Não era necessário. Tudo estava na natureza. Não precisavam nem se vestir porque o clima era bom. O brasileiro herdou do índio esse senso de ócio. A coluna concorda com Miriam: nada mais superficial que esse estereótipo. O brasileiro, especialmente o trabalhador que depende de transporte coletivo, pode ser acusado de tudo, menos de ocioso. Num grande centro, aquele que precisa deixar a sua casa ainda de madrugada, enfrentar por vezes mais de 2, 3 horas em ônibus, trens ou metrôs superlotados para chegar ao trabalho; enfrentar 8 horas de batente; repetir a façanha ao retornar para casa, isso em condições normais, não pode ser comparado a nada que se tem neste mundo, a menos que seja trabalho escravo. Como dito, em condições normais. Sem contar com episódios dramáticos proporcionados por outros trabalhadores que atuam nos transportes coletivos e sem nenhum comunicado anterior resolvem promover uma greve. O drama vivido por esses brasileiros, usuários de meios públicos de locomoção, é indescritível. Nas condições de trabalho que enfrenta, a produtividade certamente é prejudicada. É nessa hora que vemos a incompetência dos governos que provêm os menos afortunados com programas sociais de objetivos duvidosos, por aparentemente só terem motivação política, e se esquecem de investir fortemente em infraestrutura, especialmente transporte, que garanta um pouco de conforto a esses mal remunerados brasileiros que carregam o país nas costas. Esses mesmos que no dia 31/5 cumprem o período de trabalho para os governos, através o pagamento de impostos, taxas e contribuições. Só a partir de então estarão produzindo para si. Gente como o simpático sociólogo e festejado escritor De Masi, precisa conhecer melhor o Brasil. Fora das rodas intelectuais onde é festejado, se possível!
Injustiça!
O comentário crítico ao conceito expedido pelo sociólogo italiano, encontra eco numa medida recente emitida pelo governo da presidente Dilma, quando aumentou em 10% o valor do salário-família e em pouco mais de 6% o do trabalhador de salário mínimo. Não é uma injustiça contra quem trabalha duro?
Estado de espírito
Os leitores habituais de jornal, devem estar atentos ao estado de espírito que grassa entre os colunistas de política, economia e esportes. Junto com o rádio, os jornais são os mais identificados com o dia-a-dia do povo. Daí estarem repassando o clima vivido hoje no país, com as dificuldades e perspectivas em crescente preocupação.
Opinião de leitor
Mais uma decisão governamental, apoiada pelo Congresso, é motivo de questionamento: a nova modalidade de cota. Desta vez para concursos públicos, ensejando opiniões de todos os matizes a lotarem a caixa postal do colunista. A maioria entendendo que se está criando castas no país, a exemplo do que existe na Índia. Num pais com a diversidade racial do nosso, o que valeria seria a observância da Constituição: somos todos iguais, especialmente em educação que gera oportunidades. Cota coloca negros e pardos, em inferioridade intelectual e subjulga sua capacidade cognitiva, escreveu um leitor.
Obras…
A antes badalada e hoje pouco lembrada transposição do São Francisco (é melhor que o povo tenha memória curta, torcem os governos), está entre as obras levantadas pela Confederação Nacional da Indústria que grandes prejuízos causaram ao país. Dividida em 14 subcontratos para acelerar a obra iniciada em 2005, com previsão de término várias vezes mudada, seu prejuízo já alcança R$ 16,7 bilhões.
…atrasadas
As outras cinco (para só ficar nas 6 maiores obras), totalizam R$ 28 bilhões, total próximo ao que se está gastando para viabilizara a Copa do Mundo no Brasil. A CNI procura com esse estudo mostrar os benefícios que deixaram de ser gerados ao país, pela demora.
