“Vacina” aprovada

Premido pela necessidade de votar a Desvinculação de Receitas da União (DRU)  cuja validade se esgotaria no final deste dezembro, retirando da presidência da República a possibilidade de gastar R$ 62,4 bilhões a seu bel-prazer, isto é, sem comprometimento com o Orçamento, justamente em 2012, um ano eleitoral, o governo acabou concordando com a aprovação da Emenda 29, um instrumento que identifica o que é saúde e o que não pode  nela ser inserido nos orçamentos estaduais e municipais. Ganham as populações dos estados e municípios, que não terão mais gastos com saneamento básico, merenda escolar, aposentadorias e salários de servidores do setor, limpeza urbana, assistência social, obras, planos de saúde a servidores, incluídos nos 12% que os estados tem que aplicar e nos 15% obrigatórios aos municípios. O que no Paraná representará para o governo estadual um acréscimo de R$ 140 milhões ao orçamento da Saúde. Ao governo federal muda pouco. Ele que tem tanto dinheiro para a Copa, não tem mais para a saúde! Continua nos 7% e não nos 10% previstos no projeto, o que acrescentaria R$ 35 bilhões ao orçamento nacional do setor. Em compensação, a resistência da oposição acabou beneficiando senadores governistas que emplacaram seus cupinchas em cargos vagos no setor elétrico, na Petrobras, agências reguladoras, superintendências do Dnit e linhas de financiamento do BNDES. Em alguns casos, quem mais indicações fez, para variar, foi o eterno  José Sarney. Até o presidente em exercício do PMDB, Valdir Raupp recuou quando bateu de frente com ele. Enquanto Álvaro Dias  afirmava que não podemos dar um cheque em branco ao governo, Sarney discursava que a DRU é uma vacina contra a crise mundial que é singular.

Ficha limpa regional

O  ficha limpa do Paraná, proposto pelos deputados Ney Leprevost, César Silvestri Filho, Stephanes Jr., André Bueno e Marcelo Rangel, antecipou-se ao outro, o nacional, que depende do STF como anunciado ontem aqui. Sancionado pelo governador Beto Richa, tem ainda a vantagem de ser extensivo a cargos comissionados. Ficha suja, nem para ocupar cargo no governo.

Postura criticada

A postura da oposição estimulando a reação esboçada pelos que lotaram as galerias da Assembleia contra o projeto governamental que,  na sua avaliação abre espaço para a privatização de setores como a saúde (exatamente como faz o governo federal petista com aeroportos e outros que tais), claro que sem contar com o comportamento mais insensato de alguns radicais, mereceu críticas da situação.

Campanha nas ruas

O próprio governador Beto Richa, em Brasília declarou  que o ato foi uma selvageria patrocinada pelo PT, antecipando a campanha de 2012. O que não disse é que a campanha municipal já está nas ruas há bom tempo. Desde que Fruet bandeou-se para a oposição; Ratinho Jr. articula sua própria candidatura e o prefeito Luciano Ducci, antecipa a campanha com mensagens suas via telemarketing, agora proibidas pela Justiça.

Destaque nacional

Álvaro Dias (PSDB), citado na coluna inicial, por sua atuação como líder da oposição no Senado, na lista do Departamento Intersindical da Assessoria Parlamentar (Diap) está cotado como um dos políticos mais influentes na Câmara e Senado. O paranaense melhor colocado depois dele, Roberto Requião, aparece depois da 50a. posição.

Em choque

E que choque! Um Papai Noel antecipado! Na semana que vem a Câmara Federal deve aprovar a toque de caixa o seu pacotão de Natal, com reajuste para seus funcionários e aumento de cargos. O objetivo, segundo o deputado-relator Paulinho da Força (PDT), é equalizar (expressão que o deputado Traiano consagrou aqui no aumento das taxas do Detran) os salários entre Câmara e Senado. O aumento de 60 a 70 cargos visa atender o novo PSD de Gilberto Kassab.