Vantagens discutíveis

Os números são preocupantes e depõem contra o Judiciário brasileiro. As várias vantagens pecuniárias  que a categoria, em nível nacional, se auto atribui, estão impactando a opinião pública e o orçamento brasileiros. Indenizações, auxílios de várias espécies, acrescidos aos salários que podem ser merecidos, mas, afiguram-se acima da realidade do país, além dos períodos de férias, muito superiores ao das demais categorias profissionais, acabam por colocar os beneficiários como uma classe especial, desgastando-a perante os demais compatriotas. Permitindo que textos deliciosos como o do jornalista Rogério Waldrigues Galindo, na Gazeta de quarta-feira sejam produzidos, focalizando “O Judiciário e a humildade”.  Nele o jornalista conta alguns casos em que juízes exercem sua autoridade em excesso, como ocorreu com um que, ao julgar o incidente ocorrido entre uma agente de trânsito que parou um juiz,  sem carteira de habilitação, dirigindo um carro sem placas e sem documentos,  numa blitz da lei seca, impôs a ela uma multa de R$ 5 mil reais, “por danos morais”. A agente, depois de saber que se tratava de um magistrado, disse que “ele era juiz mas não era Deus”.  Trata-se de caso isolado, mas que afronta o bom conceito de uma classe, em  que alguns poucos se colocam acima do bem e do mal, crentes de possuídos de  excessivo poder.  Talvez influenciados pela “Oração do Juiz” que por vezes é rezada em eventos da categoria, e que começa com a frase “Senhor, eu sou o único na terra a quem Tu deste uma parcela de sua Onipotência: o poder de condenar ou absolver meus semelhantes”.  O fato gritante é que as seguidas benesses concedidas aos integrantes do Judiciário, destacadas pelos meios de comunicação,  causam mal estar entre milhões de brasileiros que do governo só recebem maus tratos (e do Judiciário atrasos). Galindo em seu texto lembra que,  um membro do poder que economize durante trinta anos de atividades,  só o salário-moradia, ao final contará com R$ 4,4 milhões o que lhe permitirá comprar uma casa em Curitiba de altíssimo padrão. Não é pouco!

Pressão “familiar”

Não bastasse a pressão que começa a sofrer da oposição, que indiscutivelmente sai fortalecida da disputa presidencial;  de ter que enfrentar as rebeliões da base parlamentar, a presidente Dilma ainda se vê pressionada pelo seu próprio PT. Em documento produzido em reunião partidária, insistem seus companheiros na reforma política pela via da consulta pública; regulação da mídia; fim do fator previdenciário que pressionará uma debilitada Previdência; redução de jornada para 40 horas, sem redução salarial; revisão da Lei da Anistia, entre outras.

Farinhas do mesmo saco

Se como no jornalismo se afirma, uma foto vale mais que mil palavras, a sorridente expressão flagrada do primeiro encontro oficial entre o governador Beto Richa e o prefeito curitibano Gustavo Fruet, separados pelos fatos  políticos que em 2012, na eleição municipal,  antepuseram ambos, até então companheiros de partido, a amistosidade marcou presença no almoço realizado em Palácio. Talvez, primeiro de uma série de encontros necessários para colocarem em dia assuntos administrativos e, talvez,  marcando uma reaproximação política. Afinal, ambos cresceram politicamente no mesmo ambiente. Para os de menor memória, Maurício Fruet foi prefeito de Curitiba, nomeado por José Richa.

Eleição cara!

Vem aí, embora não se saiba quando, nem quanto, o tão desmentido  reajuste de combustíveis. Não se trata como poderia denunciar a presidente Dilma, se em debate, iniciativa da oposição. A Petrobras já foi autorizada pelo presidente de seu  Conselho a promovê-lo, vazou à imprensa fonte da empresa. Talvez o índice desejado pela presidente Graça Foster, de 8%, não seja aplicado. Fala-se em 5%. O certo é que a empresa já foi muito prejudicada pela necessidade de bancar a manutenção do preço, desde novembro de 2013 e durante este ano eleitoral.  Cálculos pessimistas avaliam suas perdas no últimos quatro anos em R$ 60 bilhões.

Até quando!

A retração de mercados, em nível internacional antes, com reflexos nacionalmente de uns tempos a esta parte, responde pelo encolhimento  que o mercado automotivo brasileiro vive. É o mesmo cenário da Argentina, igualmente bom comprador de carros produzidos no Brasil, em passado recente. As medidas governamentais de apoio, como a supressão temporária do IPI, não se sustentam.  Plantas industriais novas  aumentam a capacidade produtiva que não é acompanhada pelo mercado consumidor. A ociosidade nas fábricas, contornada pelas reduções de turnos e férias coletivas, convertem-se em prejuízo para as empresas.