Venezuela aqui
Ricardo Boechat, competente jornalista da Band News, está coberto de razão nesta observação: O grande legado da Copa é o tempo dos veículos de comunicação mais ativos, rádios e tevês, estarem, ocupados com a cobertura esportiva. Do contrário estariam dando mais tempo aos acontecimentos políticos, realmente vergonhosos. A desfaçatez com que partidos políticos atiram-se nos braços do governo, engordando o tempo político de que a campanha da presidente Dilma disporá, mas abastecendo suas legendas de benesses e recursos, faz com que o brasileiro fique enrubescido de vergonha. Foi para que esses partidos que supostamente representam o povo realizassem todo tipo de negociata visando as eleições de 2014, que se elegeu deputados federais, senadores, em 2010? Os métodos para compra de apoios continuam os mesmos que são proibidos na eleição, quando votos são negociados por litros de gasolina, churrascos, brindes e outros que tais. Indiferente a forma, para eleitores que não estão nem ai para quem vai mandar em seu país, nos governos estaduais, nas representações parlamentares. É nessa hora que uma frase que o ex-governador Jaime Canet, certamente o mais sério governante que passou por este estado, repetia: quem se omite abre mão do direito de decidir mas também perde o direito de criticar. Esse mesmo eleitor indiferente, estará reclamando no dia seguinte à posse, quando inciativas dos governantes ferirem seus interesses. Tarde demais porém! E olha que o momento é preocupante na política nacional. Se nem isso motiva os eleitores a refletir, nada resta a lamentar quando formos a Venezuela amanhã!
Manda quem pode!
A tentativa de justificar a mudança ocorrida no Ministério dos Transportes, onde um respeitado César Borges (respeitado pela presidente Dilma que não poupava elogios a sua administração) foi substituído por Paulo César Passos, mais flexível aos interesses da bancada do Partido da República, tem um agravante a mais. Usando os métodos de comunicação de Fernandinho Beira-Mar, que de uma suposta penitenciária de segurança máxima comanda boa parte do tráfico de drogas, quem mandou a ordem para que o ministro César fosse trocado, foi o notório presidiário da Papuda, ex-deputado Valdemar da Costa Neto. A presidente Dilma apenas cumpriu!
Compromisso assumido
O ministro Chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que outro dia desmentiu a informação de não ser só gente da elite que vaiou a presidente Dilma na abertura da Copa, ao afirmar que no metrô jovens também repetiam o palavrão, voltou a falar. Justificou o atraso nas obras previstas para os aeroportos e mobilidade urbana, que ficaram pela metade. Fomos ambiciosos e quisemos aproveitar esse ensejo (evento esportivo) para trazer benefícios, não tanto para a Copa mas, para mudar a cara dessas localidades. Pelo menos assumiu em nome do governo que tais obras serão finalizadas.
Razões de sobra
Os de boa memória haverão de se lembrar das razões para o PSD, de Gilberto Kassab, ter apoiado a reeleição da presidente Dilma: sentimento de gratidão. Quando Kassab, criatura de José Serra, seu vice-prefeito em São Paulo, ao ser eleito após completar o mandato, viu-se sem futuro por não privar da simpatia do governador Geraldo Alckmin; resolveu fundar o PSD. Recebeu apoio logístico do governo Dilma e depois, teve o PT a seu lado na luta por obter acesso ao tempo de televisão e ao fundo partidário. Argumentos irretocáveis!
Na real!
Um dia de leão, outro de cão! O dito popular cai como luva na vida do deputado André Vargas, sem partido. Antes, quando dirigente do PT em nível nacional, reverenciado por todos os companheiros. Agora, acusado no Conselho de Ética, indica o líder do partido na Câmara, deputado Vicentinho e o presidente do partido, Rui Falcão, para reforçar sua defesa. Nenhum dos dois comparece, nem dão justificativas. Outras, das oito testemunhas pediram para que novas datas fossem marcadas. Os dois poderosos petistas, nem isso!
Justiça a prazo
O doleiro Raul Srour, preso na operação Lava Jato, com outro doleiro Alberto Youssef, negociou sua libertação, mediante fiança de R$ 2 milhões: 200 mil à vista e prestações de R$ 100 mil.
