2020 – a olimpíada e a eleição

“Aprendi desde menino que tudo na vida a gente consegue com luta e dignidade: correr com as pernas, aguentar com o coração, vencer com a cabeça.”

Vanderlei Cordeiro de Lima, maratonista pelo Brasil.

Bissexto, o ano de 2020 começa com a perspectiva de um ano que “voará”. Afinal, quando o Brasil começar a acordar, depois do Carnaval, estaremos a alguns dias da Olimpíada de Tóquio, que promete ser um evento espetacular, se considerarmos o poder dos japoneses em nos surpreender. 

Depois, em outubro, teremos as eleições municipais. 5570 municípios decidirão seus novos líderes no executivo e legislativo. 

Traçando um paralelo entre estes dois eventos, veremos disputas importantes e interessantes. Atletas e candidatos novos e veteranos entram em campo para disputar entre si o primeiro lugar. 

Os atletas olímpicos já há algum tempo se preparam para obter os índices que os permitirão disputar a Olimpíada. Os atletas eleitorais também já estão se preparando para buscar seu espaço na disputa do voto. 

Tanto para ir a Tóquio, quando para ir à Câmara ou à Prefeitura, existem desafios, regras e condições. Lá, os índices olímpicos estabelecidos pelo COI devem ser superados para ter direito à disputa. Aqui, os índices estão ligados à popularidade, rejeição e poder de voto. 

Desta vez, com a mudança de algumas regras na eleição, as disputas serão mais individuais do que coletivas. A principal delas tem a ver com as coligações. As alianças não vão valer para as disputas dos cargos proporcionais (vereadores), apenas para o executivo (prefeitos). Com isso, deverá ser ampliado o número de candidatos nas disputas. Eu disse que as disputas serão mais individuais porque, com esta regra, deixarão de existir aqueles candidatos “puxadores” de votos que traziam outros candidatos de siglas diferentes consigo. Os partidos de menor expressão não serão mais beneficiados, e terão que buscar atletas com melhores condições se pretenderem manter-se. 

Mas, enquanto o atleta olímpico deve preocupar-se com seus adversários no campo das capacidades físicas e mentais para buscar o pódio, o atleta eleitoral precisa estar atento para outros aspectos. O pódio aqui é alcançado através do voto, é claro. Mas para obter os votos, é necessário ter uma assessoria especializada (jurídica e contábil, por conta das nuances da Lei Eleitoral, pelo menos). Saber fazer seu marketing, para chegar até os eleitores, a publicidade, para difundir suas ideias, e a organização de seu “time” e sua campanha. 

A preparação para o atleta eleitoral não é somente para ele. Pois de nada adianta ter os melhores projetos, as grandes ideias, se não conseguir fazer que os eleitores percebam isso e apostem seu voto em seus planos. 

Tudo indica que esta campanha de 2020 seja muito ancorada em redes sociais. A estratégia que se mostrou eficaz em 2018 vai se repetir, até com mais realce. 

Na disputa olímpica, o resultado é medido no cronômetro ou no placar. O melhor vence.  Na disputa eleitoral, somos nós quem decidimos. Portanto, muita atenção nos seus atletas eleitorais. Será que estão tão preparados quanto dizem? Muito cuidado com o que se dizem capazes. Se um atleta para ir à olimpíada precisa de índices mínimos, quais são os indicadores de que os candidatos têm a apresentar para serem escolhidos?  

Carlos Alberto Facco – Secretário de Desenvolvimento Econômico de Campo Mourão | [email protected]