Desafios dos municípios
“A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio”.
Martin Luther King
Desde que o homem descobriu que podia domesticar alguns animais e começou a dominar técnicas de plantio e cultivo, começaram as primeiras aglomerações, e as cidades começaram a desenvolverem-se como uma forma de fortalecimento da vida humana e de habitação. O surgimento das cidades foi uma resposta natural para as circunstâncias de vida, mas também teve um impacto profundo e duradouro sobre a evolução da espécie humana como um todo (Schuurman, Baccarne, De Marez, & Mechant, 2012).
Ao longo do tempo, mudanças profundas no perfil das cidades aconteceram, desde os primeiros assentamentos a partir do domínio das funções agrícolas, passando pela revolução industrial e a ruptura por ela causada.
Após a Segunda Guerra Mundial, surgem novos modelos de cidade, e originaram-se as regiões urbanas.
Com o avanço da ciência e da tecnologia, as conexões internacionais fortaleceram-se, e o intercâmbio de pessoas, capitais e informações emergiu (Castells, 2000). Conhecimento, cultura e criatividade tornaram-se as palavras-chave na compreensão das transformações urbanas e acredita-se que o futuro das cidades será vinculado a estes conceitos (Musterd & Ostendorf, 2003).
Atualmente, segundo a Embrapa, as áreas consideradas urbanas no Brasil representam menos de 1% do território nacional (0,63%), mas concentram 160 milhões de pessoas, ou seja, 84,3% da população brasileira.
É nesse contexto que a transformação das cidades passa a ser determinante na busca por qualidade de vida e saúde. Isso faz das cidades os motores da economia do continente. No entanto, as cidades também enfrentam vários desafios interligados, incluindo energia e mudança climática, emprego, migração, desigualdade social e poluição da água, do ar e do solo.
Garantir o uso eficiente do capital humano, dos recursos econômicos/financeiros e ativos materiais ou imateriais, de modo a otimizar as vantagens comparativas da cidade deve ser foco dos novos gestores.
Assim, deve-se levar em consideração as opiniões das partes interessadas da cidade, entre eles seus cidadãos diretamente ou através de suas associações e conselhos, bem como os representantes de organizações econômicas, sociais, culturais e políticas que desenvolvem atividades de suas organizações na cidade por meio de estruturas de governança apropriadas.
Os planos para a cidade do futuro incluem uma parte substancial de seus programas de capital orientados para investimentos que aplicam tecnologias avançadas (“inovação”), em particular tecnologias de informação e comunicação (TIC). Isso pode ser feito preferencialmente por meio de investimentos e encorajando e colaborando com universidades, indústrias e outros parceiros para implementar a infraestrutura, serviços e habilidades necessárias para apoiar e estimular a inovação.
Esperamos, como cidadãos, que o líderes que se apresentarem para o próximo pleito conheçam e considerem os desafios de seus municípios para os próximos anos, que não concentrem suas propostas em temas populistas e insustentáveis.
Precisamos de gestores que enfrentem os reais problemas da comunidade e do município, sem medo, pois não serão pequenos os obstáculos.
Carlos Alberto Facco – Secretário de Desenvolvimento Econômico de Campo Mourão | [email protected]