Escassez de liderança no Brasil
Liderança não é sobre títulos, cargos ou hierarquias. Trata-se de uma vida que influencia outra – John C. Maxwell.
Semana passada, durante algumas palestras que realizei para servidores na Sipat, apresentei alguns dados referentes à escassez de liderança no Brasil.
São várias pesquisas sobre o assunto: O IBC – Instituto Brasileiro de Coaching, durante o Congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento, entrevistou 266 pessoas, e entre os principais resultados estão:
a) 97% afirmaram que existe escassez de líderes no mercado, e
b) 74% afirmaram que os líderes de suas empresas não estão preparados para desenvolver novos talentos.
Outra pesquisa com público semelhante, em 4.400 entrevistas realizadas em todo o Brasil identificou que apenas 14% dos entrevistados consideram que receberam toda a preparação necessária para a liderança ao serem promovidos. Na mesma pesquisa, de 50 diretores de RH respondentes, 54% acreditam que o novo líder não tem as habilidades suficientes para a função.
Outra pesquisa, a Global Workforce Study – 2016 constatou que somente 54% dos empregados brasileiros confiam no trabalho da alta liderança de suas organizações. Metade dos respondentes acredita que os líderes têm sincero interesse no bem-estar dos empregados, enquanto apenas 48% consideram bom o trabalho feito pela liderança de sua organização no que se refere ao desenvolvimento de futuros líderes.
E continua… 56% dos empregados avalia os gestores de forma positiva em relação à clareza na comunicação de metas e atribuições e somente 47% acham justas decisões tomadas em termos de remuneração vinculada ao desempenho. Quando o tema é tempo para lidar com as pessoas no trabalho, a avaliação cai ainda mais, com apenas 44% dos participantes avaliando positivamente o papel dos gestores neste quesito.
Em 2018, o grupo Cia de Talentos apresentou a 17ª edição da pesquisa Carreira dos Sonhos. Esta edição do estudo foi realizada em nove países do continente americano. Foram 87.161 mil respondentes somente no Brasil, no total a pesquisa falou com mais de 130 mil pessoas, e os resultados trazem um panorama do que os jovens, a média gestão e a alta liderança estão enxergando e esperando do mercado de trabalho atual.
A pesquisa mostrou que apenas 54% dos jovens, 55% da média gestão e 63% da alta liderança confiam nos seus CEO’s. Esse dado indica que o cenário atual é de desconfiança nas organizações.
Um outro estudo, realizado pelo Grupo Empreenda, demonstra que 71% das empresas dizem não terem líderes suficientes, em quantidade e qualidade, para garantir a execução estratégica das empresas nos próximos anos. O estudo mostra também que as empresas não acreditam que seus modelos de gestão estejam adequados: 27% das organizações acredita ser preciso reinventar o modelo atual e mais de 70% dizem necessitar, ao menos, fazer algum ajuste.
Nesse sentido, é preciso ter em mente que cada vez mais serão necessários líderes em maior quantidade que no passado. As empresas e instituições precisam investir em liderança em todos os níveis se quiserem se manter competitivas. As empresas que liderarão mercados no futuro serão aquelas que souberem desenvolver lideranças transformadoras – e não apenas gerentes eficientes.
Carlos Alberto Facco – Secretário de Desenvolvimento Econômico de Campo Mourão | [email protected]