Havan? A, vá!!

Se você não quer errar, fica sentado em casa, você não erra. Tem que tomar a coragem de tomar decisões e, se estiver errado, troca ela, acerta ela. Luciano Hang

17 de agosto de 2019. Estava descendo a rua São Paulo rumo à nova loja da Havan, prestes a ser inaugurada. Eram 8h30 da manhã. A abertura das portas ao público estava marcada para 10h. Ainda assim, era grande o número de pessoas que começavam a chegar para a tão esperada inauguração.

Entrando na loja para a parte inicial do evento, reservada à autoridades, imprensa e amigos do empreendedor Luciano Hang, pude notar que o grupo de 150 funcionários contratados para a unidade mourãoense já se encontrava lá, de uniforme e coroa, animados por um colaborador e exclamando palavras de motivação.

Fizemos então um tour pela loja, liderados pelo anfitrião, até que chegamos ao ponto onde encontravam-se os colaboradores. Luciano sobe ao palco e profere uma palestra motivacional a todos os presentes com maior foco, obviamente, a seus novos colaboradores.

Um dos principais defensores da direita, Luciano Hang coleciona polêmicas e transita entre o amor e o ódio por todo o Brasil. Por isso, não me atreverei nesse texto a abordar questões políticas ou pontos de vista defendidos ou atacados por ele.

Minha intenção aqui é tecer algumas observações quanto ao impacto da 130ª loja da Havan na economia de Campo Mourão.

Primeiro, as partes mais óbvias: geração de 150 postos de trabalho diretos e recolhimento de impostos (a empresa faturou em 2018 R$ 7,3 bilhões de reais).

Outro ponto importante é que fortalece o comércio de Campo Mourão como polo regional. Segundo estudos, já temos um coeficiente de faturamento no comércio acima da média, o que demonstra que o comércio é atraente regionalmente. A coisa funciona como um shopping. Mais pessoas vão a um shopping à medida que este tenha as chamadas lojas âncoras, as grandes chamarizes. Para a cidade, funciona igual. Mais pessoas virão a Campo Mourão pela Havan, e parte de suas necessidades será atendida por outros segmentos do comércio local.

Mas o que me chamou a atenção durante a visita do sábado, e onde creio que será a grande contribuição da Havan para Campo Mourão será na inovação do varejo e mudança no modelo de gestão de muitos lojistas locais.

Senão vejamos: a loja é bonita, moderna, e diferente das outras lojas da Havan, principalmente daquelas que têm mais de dois ou três anos. Houve uma profunda mudança no modelo de lay-out, decoração e exposição. Ou seja, mesmo numa empresa que está crescendo a níveis chineses, não há estagnação. Recado: inove, mude, atraia seu cliente com novidades.

Mais um aspecto: um grande envolvimento da equipe e valorização de cada colaborador. Pessoas com muitos ano de casa sendo valorizados e servindo como inspiração aos jovens entrantes. O próprio presidente da empresa de 20 mil pessoas trazendo uma mensagem junto à equipe, e demonstrando confiança nela. Na frente de seus convidados e clientes. Recado: coloque sua equipe em primeiro lugar. Se seu funcionário não gosta de sua empresa, você espera que seu cliente vá gostar?

Terceiro e último pela limitação do espaço: experiência de compra. A Havan é mais do que uma loja. Se posiciona como um ponto de encontro, até turístico, colocando estátuas da liberdade na frente das lojas e proporcionando um ambiente de interesse ao seu público.

Creio que a visão que se deve ter é de aproveitar a Havan como uma oportunidade, aprendendo com o que ela traz de novidade. Recursar-se a mudar e lamentar por um grande concorrente que chega só vai levar ao fracasso. Afinal, existem mais 129 lojas espalhadas pelo Brasil, e em todos os municípios ainda existe comércio.

Carlos Alberto Facco – Secretário de Desenvolvimento Econômico de Campo Mourão | [email protected]