Nada funciona nessa Prefeitura

“Noventa por cento dos políticos dão aos 10% restantes uma péssima reputação”.

Henry Kissinger

Há tempos comento que o segundo esporte nacional hoje, perdendo apenas para o futebol, é falar mal de político. 

Apesar de ter sido sempre muito frequente em qualquer roda de conversa, a crítica tem sido cada vez mais forte e geral. 

E, na minha opinião, é neste último aspecto – a generalização – que está o maior perigo. 

Assim como a provocação no título (“nada funciona”) muitas das críticas são caracterizadas pela generalização. Vai dizer que nunca ouviu um “Nenhum político presta”?

O problema da generalização é que ela nivela por baixo, afasta da realidade e pior: aliena. 

Quem acredita que nenhum político presta, em primeiro lugar não procura se inteirar do que está acontecendo, pois acha que é tudo mentira, que só querem se aproveitar e que não pode confiar em ninguém.

Quem acredita que nada funciona no setor público, ignora que existem pessoas competentes nas prefeituras, nas câmaras, no governo estadual e federal. Pessoas que estudaram, passaram em concursos, e realizam trabalhos importantes para a organização do país. 

Quem acredita que o governo é desnecessário e só atrapalha, esquece que, como em qualquer convivência entre pessoas devem existir regras, parâmetros e organização. E quem deve fazer isso, senão alguém que a própria população elege para tal? Assim como um síndico no condomínio e seu regimento orientam as relações e o convívio entre as pessoas, um prefeito ou governador deve zelar pela harmonia e desenvolvimento de seus liderados.

Quem acredita que não devem existir os CC´s – cargos em comissão (pessoas nomeadas pelo governante para dirigir certas áreas do governo, não concursadas), esquece que qualquer organização deve ter em sua estrutura pessoas de confiança do líder para exercer certas funções. Imagine uma empresa como a Coamo sem gerentes ou encarregados, com todos os funcionários se reportando ao presidente. 

Tudo bem que muitos políticos fizeram e ainda fazem por merecer essa fama, mas aí é que entra a importância de entender e separar o joio do trigo. Participar das discussões, fazer parte dos conselhos, entender as decisões dos governantes, não para concordar sempre, mas para ter conteúdo útil ao debate. 

Enfim, quem generaliza como nos exemplos acima, acredita que não precisa participar do processo, só vai votar porque é obrigado, não discute os problemas sociais – só reclama deles, e crê que a crítica é sua única obrigação. 

Basta então, segundo essas pessoas, utilizar-se dos meios de comunicação para postar seus clichês, não importando a quem são dirigidos, pois, segundo sua máxima crença, se há governo, sou contra. 

Carlos Alberto Facco – Secretário de Desenvolvimento Econômico de Campo Mourão | [email protected]