O desafio de assumir a ação coletivamente

“Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá em grupo.” – Provérbio Africano

Creio que é desnecessário reforçar o quanto a competitividade do mundo atual afeta a nós todos. Seja no âmbito de empresas, equipes ou mesmo instituições, todos somos direcionados a buscar soluções inovadoras e incrementar produtividade em nossas atividades.

Bem, não conheço forma mais eficaz de resolver essa equação do que engajar pessoas dispostas a trabalhar com sua causa. A má notícia é que está cada vez mais difícil fazer isso. Os modelos de liderança atuais são menos eficientes a cada dia.

Conheço organizações que, em nome da competitividade, promovem estratégias de atuação que levam ao individualismo, à não-cooperação, pois as pessoas são motivadas a apresentar metas cumpridas, resultados individuais, em detrimento de ações duradouras em equipe.

Os líderes tradicionais, nestas organizações, consideram o poder como uma autoridade singular. Eles retêm informações e entregam soluções aprovadas. Criam uma dependência de certas funções e responsabilidades, o que limita a atuação de seus seguidores. É uma forma de empoderamento.

Por outro lado, líderes que assumem a ação junto com seu time são considerados líderes colaborativos, e reconhecem que o poder é a maior motivação em seu time. Eles promovem processos através de ideias vindas da própria equipe, através de reuniões de brainstorming, por exemplo, e encorajam o compartilhamento de ideias e sugestões.

Ao assumir a ação juntamente com seu time o líder desenvolve um ambiente de co-criação, senso coletivo e compartilhamento de responsabilidades. E o engajamento da equipe sobrepõe as dificuldades individuais.

Líderes colaborativos acreditam que dar poder às pessoas é a melhor forma de competitividade. Líderes colaborativos não se preocupam em liderar porque detém mais informações e conhecimentos, ao contrário, lideram porque sabem compartilhar.

Líderes colaborativos encorajam sugestões, facilitam brainstorming, e incentivam ideias surgidas no grupo.

Líderes colaborativos buscam causas de seus problemas, não ficam na superficialidade de tratar sintomas.

Madeleine Carter, quando escreveu para um projeto de pesquisa do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, definiu cinco qualidades do líder colaborativo:

a. São ávidos ouvintes

b. São otimistas quanto ao futuro

c. São corajosos para assumir riscos

d. Têm paixão pela causa

e. São dispostos a compartilhar conhecimentos, poder e reconhecimento.

As organizações estão mudando. A liderança está mudando. O futuro será dos líderes que assumem a ação junto com sua equipe.

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Carlos Alberto Facco – Secretário de Desenvolvimento Econômico de Campo Mourão | [email protected]