Vamos ao que interessa?

“Quando saímos do foco, esquecemos que são nossos sonhos que estão em jogo, deixamos de lado muitas coisas importantes, e acabamos colocando em risco tudo que conquistamos.” Latumia (W.J.F.)

Semana passado fiz algumas considerações sobre a generalização das críticas e opiniões, e os problemas que ela causa, como a alienação. 

Hoje, seguindo o raciocínio, gostaria de chamar a atenção para outro aspecto que nos suga energia e impede que atinjamos os resultados: a excessiva dispersão quanto aos verdadeiros problemas ou necessidades. 

Há alguns dias, fizemos na Secretaria de Desenvolvimento Econômico um workshop com todo o pessoal. E a pergunta essencial a ser respondida era: Porque? Porque fazemos o que fazemos? 

Durante quatro horas, histórias sobre as experiências pessoais e profissionais dos integrantes da equipe afloraram, e pudemos perceber os valores e as reais motivações por trás de cada uma.

Ao final, uma missão comum a todos os colaboradores foi consolidada. Estamos aqui para “Promover soluções inovadoras para a realização dos sonhos dos empreendedores”. 

Ao estabelecer uma missão, estabelecemos um Porquê principal, e os envolvidos podem definir se esse Porquê faz sentido para ela, se está alinhado com seus valores, se está disposto a trabalhar por ele. É como tirar uma cortina de fumaça e permitir que todos enxerguem onde querem chegar. E quando enxergam seu destino com clareza, aquelas pequenas coisas que atrapalham no dia-a-dia ficam em segundo plano. 

Isso é especialmente útil nas organizações, tanto públicas como privadas, e deve ser realizado de vez em quando para “desembaçar” a visão. 

Quando observamos o que acontece no nosso cotidiano, percebemos que é muito comum a perda de foco. Discussões sobre aspectos secundários, as famosas picuinhas, são rotineiras, seja na empresa, na família, na economia, e principalmente na política. 

Até na vida pessoal, devemos periodicamente fazer exercícios de foco e visão de futuro, para afastar as interferências de curto prazo que nos afastam do nosso objetivo. 

No Brasil de hoje, observamos alguns verdadeiros geradores de cortinas de fumaça, que se ocupam em tirar o foco do que interessa, por interesses diversos. 

Qualquer palavra dita por uma liderança em uma entrevista, é tirada do contexto e utilizada para dispersar as energias. Quem é atacado quer responder, quem não sabe bem do que se trata quer saber, os boatos crescem e não raro aquela conjuntura inicial se perde. 

É necessário um cuidado para concentrarmos nossas energias naquilo que verdadeiramente interessa à coletividade. Por isso, é preciso que as lideranças públicas e privadas se envolvam em amplas discussões em busca de um intuito agregador.

Campo Mourão já foi Município Modelo, Cidade Escola, Polo de Alimentos, e hoje é o que? Precisamos de um intento legítimo e forte, que agregue nossa população a fim de lutar por ele, deixando em segundo plano as questões pontuais e desassociadas. 

Carlos Alberto Facco – Secretário de Desenvolvimento Econômico de Campo Mourão | [email protected]