A vida é a gente que transforma, por Gilmar Cardoso

“O cooperativismo como fruto do movimento operário resultou na criação de um modelo de associação com as seguintes características: propriedade cooperativa, gestão cooperativa e repartição cooperativa. [..] A cooperativa não lucra em cima do associado, ela é apenas um instrumento, para os associados, estes sim, lucrarem”. (RIOS, Gilvando Sá Leitão. O que é cooperativismo. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1989. p. 14.)

Estamos no Século XXI, no 3º milênio d.C. e a data de 28 de novembro é a 333º no calendário gregoriano em anos bissextos, como é o caso de 2020 e quando faltam 33 dias para acabar o ano. Novembro é ainda um dos raros meses do ano com dois feriados nacionais: Dia de Finados, celebrado no dia 2 e a Proclamação de República, no dia 15. O penúltimo mês do ano também é marcado pela campanha Novembro Azul, de conscientização para prevenção do câncer de próstata e que existe desde 2003.

A Coamo nasceu de idéias e ideais. 2020 também é o ano do jubileu de ouro, o aniversário solene dos 50 anos da Coamo Agroindustrial Cooperativa, a maior cooperativa agrícola da América Latina e uma das maiores do mundo em ranking da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) que tem apenas cinco cooperativas brasileiras entre as 300 maiores do mundo, das quais 100 das Américas.  

A nossa cooperativa nasceu com 79 agricultores associados que subscreveram a ata de fundação e um capital social de Cr$ 37.540,00, sendo que sua primeira sede foi um  modesto escritório com 50 m2. E assim, em 28 de novembro de 1970, lavrava-se a certidão de nascimento da Cooperativa Agropecuária Mourãoense Ltda, cuja sigla COAMO foi sugerida pelo cooperado e posteriormente vice-presidente, pioneiro do sistema de plantio direto regional, Gelindo Stefanuto e aprovada por unanimidade e “segundo a história fazia uma alusão a uma cooperativa com amor”.

A Coamo, com sede em Campo Mourão e unidades em outros 70 Municípios nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul; inicialmente denominada de Cooperativa Agropecuária Mourãoense Ltda., foi fundada em 1970 no dia 28 de novembro, por 79 agricultores e a partir de 2003 a denominação social passou para COAMO Agroindustrial Cooperativa, que atua na prestação de assistência técnica, acompanhando a produção dos seus cooperados, oferecendo suporte desde o planejamento do plantio até a comercialização da safra, além de oferecer cursos, treinamentos e encontros para os cooperados, que ao longo de cinco décadas, vem utilizando os benefícios disponibilizados pela cooperativa, têm acesso a assistência técnica e às mais modernas tecnologias que impulsionam o sucesso da atividade.

Hoje, passados e celebrados 50 anos de fundação, a cooperativa atua com foco em agregar valor às atividades dos cooperados, gerando renda com o desenvolvimento sustentável do agronegócio; e tendo a credibilidade como a base do cooperativismo perante o quadro social, sendo comprometida e responsável com os recursos e os patrimônios dos cooperados, assegurando qualidade e inovação de forma consistente; em síntese, a COAMO é unida pela filosofia do cooperativismo e organizada como empresa na busca do resultado e por extensão, contribui para o desenvolvimento social das comunidades onde atua.  

Com expressiva participação no cenário empresarial brasileiro, a Coamo tem sido destaque a nível nacional, com recebimento de vários prêmios, dentre os quais o de Melhor Cooperativa Agrícola do Brasil, a 35ª Maior empresa do Brasil (Entre todas as companhias estatais, multinacionais e privadas, instaladas no país), a 10ª maior do país com capital 100% nacional e a 1ª maior do Paraná na classificação geral, além do reconhecimento como uma das marcas preferidas pela população paranaense na categoria Cooperativa de Agronegócio.

Enaltecidos publicamente como os homens que construíram a história, os 79 pioneiros  fundadores da Coamo são lembrados com emoção. Eles são espelhos que refletem a imagem de sucesso da Coamo construído nessas cinco décadas, juntamente com o idealizador da cooperativa, o destacado e notável engenheiro agrônomo José Aroldo Gallassini, operosa abelha da colmeia que representa.
 
Por ocasião do 30º aniversário de fundação da Coamo, em 28 de novembro de 2000, foi inaugurado o Memorial dos Pioneiros, que consiste em reverência àqueles que acreditaram na força da unidade e na solidariedade entre os homens. Criada pelo artista plástico Luís Trevisan, a obra simboliza, pelo enfoque de seus elementos, a visão de futuro dos fundadores e as vitórias obtidas ao longo da história da cooperativa.

Considerada a maior cooperativa singular da América Latina, com a atuação de mais de 29 mil agricultores associados e um quadro funcional de mais de 7 mil colaboradores efetivos,atuando em 50 municípios do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, a Coamo movimenta 3,5% de toda a produção brasileira de grãos e fibras e 14,5% da safra agrícola paranaense. Nestes 33 anos, a cooperativa investiu pesado na industrialização da produção e na sua estruturação para recepção da safra, estando cada vez mais próxima do seu quadro social. 

 O cooperativismo é uma das maiores forças da economia global. A industrialização dos produtos Coamo proporciona uma melhor situação econômica para todos e o resultado é fruto da participação dos cooperados e do trabalho sério e competente da diretoria, cuja gestão inovadora 2020-2024 está muito bem representada pelo Presidente do Conselho de Administração José Aroldo Gallassini e demais membros do colegiado, além da valorosa diretoria executiva.

A justa e merecida homenagem para a  primeira diretoria da COAMO  que foi assim constituída: Presidente: Fioravante João Ferri; Vice-presidente: Gelindo Stefanuto; Diretor Secretário: Nelson Teodoro de Oliveira; Membros efetivos: Jorge Garcia Árias, Rosalino Manuseto Salvadori e Susumo Takasu; Membros Suplentes: José Binote, Sebastião Evangelista Bezerra e Martin Kaiser; Conselho Fiscal: Odonel Procópio de Oliveira, Joaldo Saran, Theodoro de Andrade, Emílio Gimenes, Lourenço Tenório Cavalcante e Armindo Appelt.

O 28 de Novembro na história registra que em 1974 o imortal John Lennon se apresentou em público em um palco pela última vez, ao lado de Elton John, no ginásio Madison Square Garden, em Nova York (EUA); além da  morte do escritor gaúcho Erico Verissimo em 1975;  considerado  um dos maiores escritores brasileiros do século XX, é dele e apropriado para a ocasião natalícia que “Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento” e que “a felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente”;  ainda na literatura,  perdemos o Coelho Neto, fundador da cadeira número 2 da Academia Brasileira de Letras (ABL),  que foi por muitos anos, o escritor mais lido do Brasil e ensinou-nos que “quem deixa para fazer depois o que pode fazer logo, perde o que nunca mais encontrará”.

No Cooperativismo as conquistas são fruto do trabalho conjunto dos associados. Esses 50 anos, bem vividos, são marcados pela alegria, pela integração e pelo sentimento de dever cumprido na busca pelo desenvolvimento econômico, social e ambiental de forma sustentável. O cooperativismo pode nos ajudar a construir laços e a firmar relações entre as pessoas e mostra-nos que ao longo dessas cinco décadas a cooperativa transformou a vida dos seus associados.  Transformou as suas diversas regiões em três estados e  promoveu o  desenvolvimento, transformando sonhos em  realizações. A união e o trabalho entre Coamo e seus associados resultou na transformação da terra, da forma de cultivar, produzir  e,  também, de colher. Uma trajetória vitoriosa que chega a seu jubileu de ouro neste 28 de novembro de 2020. A união, a solidariedade e o bem comum são valores da Coamo.

Com os 50 anos da Coamo foi criado o slogan “A vida é a gente que transforma”, o justamente para mostrar para a comunidade, como um todo, o  potencial transformador. Registro e reitero a mensagem da música do cinquentenário: ABRAÇADOS SOMOS GRANDES. JUNTOS SOMOS GIGANTES!

Parafraseando o escritor, jornalista e professor Euclides da Cunha, cadeira n.º 7 da Academia Brasileira de Letras, que escreveu uma das frases ícones da literatura brasileira, digo que o cooperado é antes de tudo, um forte; e faço menção ao institucional da cooperativa que é forte como o homem do campo

Por tudo isso e muito mais, é que mais uma vez com orgulho e respeito, cinqüenta vezes tiramos o chapéu para o homem do campo, os cooperados da COAMO,  fortes por natureza.

PARABÉNS COAMO. 50 ANOS. FORTE COMO O HOMEM DO CAMPO! A VIDA É A GENTE QUE TRANSFORMA!

GILMAR CARDOSO, ADVOGADO, POETA, MEMBRO DO CENTRO DE LETRAS DO PARANÁ, FUNDADOR DA CADEIRA Nº 01 DA ACADEMIA MOURÃOENSE DE LETRAS.