Fila em busca de emprego na Havan dobrou quarteirão

A fila de candidatos na Agência do Trabalhador de Campo Mourão em busca de uma oportunidade de emprego na rede Havan dobrou o quarteirão. Os primeiros da fila chegaram ontem no fim da tarde e passaram a noite para garantir uma das 800 senhas que foram distribuídas pela Agência a partir das 8 horas de hoje. A empresa vai selecionar 150 funcionários. A estimativa é que mais de 1.000 pessoas formavam a fila que às 7 horas desta quarta-feira (22) estava na esquina da Rua Mato Grosso com a Avenida Capitão Indio Bandeira.

De madrugada o chefe da Agência do Trabalhador, Alexandre Galland, passou pela fila orientando as pessoas sobre os requisitos exigidos pela empresa para contratação. Para que muitos não perdessem tempo aguardando, justificou Galland, ao elogiar o comportamento ordeiro dos candidatos. Das 800 senhas distribuídas, 50 candidatos serão atendidos ainda nesta quarta-feira à tarde para avaliação dos currículos e agendamento de entrevistas dos que se adequarem ao perfil. A partir de amanhã serão 100 candidatos por dia. 

As 150 vagas divulgadas pela empresa para a unidade de Campo Mourão são: operador de caixa, auxiliar de vendas, fiscal de loja, conferente de estoque, vendedor (setor de eletro/eletrônico e serviços), zelador, auxiliar visual merchandising e líder de departamento. É necessário que os candidatos tenham disponibilidade para trabalhar nos fins de semana e também para realizar treinamento em outra filial da rede, além da idade mínima de 18 anos e ensino médio completo. Segundo a empresa, além de salário compatível com as funções, serão oferecidos benefícios como vale-transporte e Programa de Participação nos Resultados (PPR).

Uma das candidatas é Elizabete Pereira Mariano, que ficou desempregada recentemente. Tenho experiência na área de limpeza e também como vendedora, explicou, enquanto aguardava a vez. Já Elaine Pereira está em busca de uma oportunidade para ingressar pela primeira vez no mercado formal.  Até agora só trabalhei sem registro, explicou. Ela busca uma vaga como caixa ou atendente.

 

Elizabete tenta uma vaga de zeladora ou vendedora

 

Desempregada há dois anos, a vendedora Daiane Rodrigues, 25 anos aguardava na fila desde à meia noite, junto com a prima, que também está em busca de uma vaga. Apesar de ter experiência no ramo de venda, estou aberta a qualquer outra vaga que apareça. O que vale é conseguir um emprego, disse ela, que passou a noite em claro. Ela disse que toda semana vai à Agência em busca de emprego. 

Anderson Pereira, 32 anos, tem experiência como auxiliar de produção. Há cinco meses ele está desempregado e veio de Mogi Mirim (SP) para  Campo Mourão, onde reside parentes, em busca de vida melhor. Preciso de emprego para um recomeço, tenho uma família para sustentar e aluguel para pagar, explicou Pereira, que chegou na fila por volta das 23 horas e passou a noite enrolado em um cobertor para se proteger do frio. Para ele, no Paraná a situação de desemprego parece mais grave que em sua cidade natal. Lá estava difícil, mas aqui no Paraná a situação parece que está muito mais complicada. Não imaginei que fosse ser tão difícil assim, emendou.

Não faltou também quem aproveitasse a oportunidade para tentar faturar com a fila. Quem quiser que guardo lugar na fila da Agência do Trabalhador estou guardando, só falar, valor a negociar, escreveu uma pessoa em uma postagem na rede social. Nos comentários, apareceu um interessado.