Intolerante contra crime, sargento Fahur não “poupa” bandidos em entrevista à Tribuna

Estilo pesado. Dono de frases e pensamentos polêmicos, o deputado federal sargento Fahur (PSD) reiterou em entrevista exclusiva à TRIBUNA que quer atuar contra a ação de bandidos tanto os soltos quanto os que já estão encarcerados. Com experiência de 35 anos como policial militar, dos quais os últimos 15 atuando na Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam), o deputado já atuou no 11° Batalhão de Polícia Militar de Campo Mourão entre os anos de 1990 e 1995. Ele afirmou que será intransigente contra direitos para bandidos e vai ser um ‘fiscal’ para que não sejam aprovados mais benefícios a eles. Quero é cortar, argumentou, ao defender que presos têm que trabalhar, e o preso que tem bens ou dinheiro deveria pagar sua ‘estadia’ na cadeia.

Nas redes sociais, Fahur não se furta a defender a causa que acredita. No Facebook – cujo perfil era o mais popular entre todos os candidatos do Paraná, com mais de 2,7 milhões de curtidas, ele faz várias postagens defendendo a morte de bandidos e legislação mais dura para crimes. À TRIBUNA, o deputado fez uma avaliação dos sete primeiros meses do mandato, falou de projetos de leis já protocolados na Câmara dos Deputados e afirmou que estará sempre atento às demandas de Campo Mourão. Não sou autoridade, sou um empregado de vocês, e lá estou para serví-los, falou.

Sargento Fahur já protocolou até o momento dois projetos de lei que endurecem a legislação contra criminosos. Entre eles está o que desobriga o Estado a separar os presos por facções criminosas nas penitenciárias brasileiras. Tem que ser decidido pelo estado o local onde o criminoso preso cumprirá a sua pena. Separá-los traz transtornos à administração penitenciária. Hoje essa separação de presos por facções fortalece o crime organizado, defendeu. O outro projeto de lei é o que torna em crime hediondo e aumenta as penas para quem comete crimes dentro da casa ou do comércio da vítima, principalmente se o crime for cometido com violência ou grave ameaça.

O trauma de quem recebe a “visita” de um bandido armado dentro de sua casa é muito grande. Algumas vítimas necessitam inclusive de tratamento psicológico após esse tipo de trauma. Nem autoridades podem entrar em nossa casa sem as previsões legais, mas o bandido entra, deita e rola, isso quando não estupra a esposa ou filha do dono da casa e ou lhe mata covardemente, argumentou. Leia abaixo a entrevista completa.

Tribuna do Interior – Qual o balanço que o senhor faz destes 7 primeiros meses de mandato?

Sargento Fahur – Faço um balanço positivo, pois nas votações de projetos e outros itens sempre procurei votar em consonância com os desejos da sociedade, defendendo pessoas de bem e contra bandidos. Usei da palavra na Tribuna da Câmara e na Tribuna da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado para atacar bandidos, denunciar mordomias para bandidos, criticar leis que beneficiem bandidos, e sempre em defesa de quem combate o crime e em defesa da sociedade. Também nesse início de mandato pude direcionar milhões de reais para a saúde e a educação do Paraná, inclusive R$ 500 mil para a Santa Casa de Campo Mourão. Afinado com o Presidente Bolsonaro e com o Ministro Sérgio Moro, tive contato com essas autoridades, onde mostrei a necessidade de fortalecimento do combate à criminalidade nas nossas fronteiras, pois a droga e o contrabando que por ali entram, fortalecem os criminosos e as grandes facções criminosas. O dinheiro arrecadado com a droga e o contrabando permite que grupos criminosos comprem as armas e corrompam agentes públicos. O mandato é dividido em oito semestres, e esse primeiro, embora muito proveitoso, eu usei como aprendizado. Também tive a oportunidade de protocolar três projetos de lei, sempre pensando no enfrentamento e combate ao crime e o criminoso.

O senhor foi eleito o deputado federal mais votado do Paraná (314,9 mil votos). A que atribui tamanha popularidade?

Essa popularidade vem de um trabalho firme no combate aos criminosos, e em discursos radicais contra bandidos e seus defensores. As pessoas se sentiram representadas pela minha postura, onde muitos me disseram que eu falo o que muitos gostariam de falar. Eu friso como de suma importância esse apoio popular, pois com essa força vinda das ruas e das redes sociais, eu sou imbatível no combate ao lixo desse país.

Foi também segundo deputado federal que mais recebeu votos em Campo Mourão (4.488). O que os mourãoenses podem esperar do sargento Fahur como deputado federal?

Recebi mais de quatro mil votos em Campo Mourão. Primeiro que isso me deixa orgulhoso, e segundo que me dá uma grande responsabilidade. Criando leis fortes contra o crime, estarei beneficiando todo o povo brasileiro, inclusive o povo mourãoense. Além do mais, já enviei milhares de reais para a saúde do povo dessa maravilhosa cidade, e nesse momento me comprometo em novas oportunidades enviar mais recursos para a saúde, educação e segurança. Não é promessa, é compromisso. Trabalhei no 11° Batalhão de Polícia Militar, desta cidade, entre os anos de 1990 e 1995, e pude realizar um grande trabalho, enfiando na cadeia traficantes, estupradores, ladrões, assassinos e outros malfeitores. Estarei sempre atento às demandas do povo de Campo Mourão.

Qual será o foco neste mandato?

O foco nesse mandato será sempre endurecer a vida de criminosos, seja criando leis que aumentem as penas pelos crimes cometidos, seja dificultando a vida dessas pragas dentro da cadeia. Acredito que a médio e longo prazo a educação vai salvar o Brasil, e assim sendo vou procurar trabalhar também em apoio aos nossos jovens, para que lá na frente não seja preciso trancafiá-los em presídios. Mas volto a afirmar que sempre estarei focado no combate ao criminoso e fortalecimento das Forças de Segurança.

Pela profissão de policial militar o senhor é relacionado principalmente à área de segurança pública. E as outras áreas (Educação, Saúde, Trabalho), estão tendo ou terão sua atenção?

Todas as áreas terão minha atenção, e prova disso é esse repasse de verbas para a educação e para a saúde. Esses segmentos também tem seus representantes, e eu sou bem mais ligado a segurança pública, portanto minhas ações sempre serão mais nítidas nesse seguimento.

Recentemente o senhor destinou emenda no valor de R$ 500 mil à Santa Casa de Campo Mourão. Na sua opinião, qual a importância das Santas Casa para a população? Esta parceria com a entidade será mantida durante este seu mandato?

Destinei sim R$ 500 mil para a Santa Casa de Campo Mourão. Vejo o trabalho das Santas Casas como importantíssimos, pois atendendo-as, consigo abranger toda a região. Estarei sempre atento às demandas das Santas Casas e outros órgãos hospitalares para tentar amenizar um pouco o sofrimento do povo que busca uma saúde de qualidade. A parceria continua.

Entre os projetos de lei apresentados pelo senhor está o que desobriga o Estado a separar os presos por facções criminosas nas penitenciárias brasileiras. Por que defende este posicionamento?

O Projeto de Lei que desobriga o estado a separar presos por facções criminosas é bem lógico. Tem que ser decidido pelo estado o local onde o criminoso preso cumprirá a sua pena. Separá-los traz transtornos á administração penitenciária. Além do mais, talvez o mais importante, é que esse Projeto, caso aprovado, inibirá o jovem de entrar para o mundo do crime, pois se eventualmente preso, encontrará no presídio um ambiente totalmente hostil e não estará apenas convivendo com seus “amiguinhos” da mesma facção. Hoje essa separação de presos por facções fortalece o crime organizado.

Outro projeto protocolado pelo senhor é o que torna em crime hediondo e aumenta as penas para quem comete crimes dentro da casa ou do comércio da vítima, principalmente se o crime for cometido com violência ou grave ameaça. Poderia falar um pouco mais sobre este projeto e o que prevê?

O Projeto que transforma em crime hediondo e aumenta as penas para quem cometer crimes dentro da casa do cidadão, visa nada mais nada menos que resguardar nosso último refúgio, que é a nossa casa. O trauma de quem recebe a “visita” de um bandido armado dentro de sua casa é muito grande. Algumas vítimas necessitam inclusive de tratamento psicológico após esse tipo de trauma. Nem autoridades podem entrar em nossa casa sem as previsões legais, mas o bandido entra, deita e rola, isso quando não estupra a esposa ou filha do dono da casa e ou lhe mata covardemente.

Esses projetinhos de bandidos têm que ser severamente punidos, não pela sua idade, mas pela gravidade de seus crimes.

Sobre a maioridade penal, a idade mínima que uma pessoa pode ser julgada criminalmente por seus atos como um adulto, que começa a partir dos 18 anos, não acha que está na hora de o Congresso rever isso?

A maioridade penal precisa ser revista com urgência. Os tempos mudaram. Não podemos ficar à mercê de bandidos de alta periculosidade só porque tem pouca idade. Esses projetinhos de bandidos têm que ser severamente punidos, não pela sua idade, mas pela gravidade de seus crimes.

Hoje quem banca o preso na cadeia é a própria população, que paga alta carga de impostos, como o senhor vê esta situação e qual seu posicionamento sobre isso?

Quem banca o preso é a população, o povo, através de pesados impostos, e por isso mesmo quem tem que decidir onde eles vão cumprir pena, somos nós e não eles (os presos). Em presídios federais, os bandidos tem direito a 6 refeições diárias, inclusive almoço com maçãzinha e refrigerante. E as nossas crianças aqui fora? Tem isso? Presos têm que trabalhar, e o preso que tem bens ou dinheiro deveria pagar sua estadia na cadeia.

O que o senhor acha sobre os Direitos Humanos?

Sobre os Direitos Humanos eu vejo que eles perderam o foco. Acham bonito defender bandidos, mas se esquecem do humanos direitos, das vítimas. A Ministra dos Direitos Humanos, Damaris, está trabalhando arduamente para mudar esses paradigmas e eu lhe apoio incondicionalmente.

O que espera do governo Jair Bolsonaro e como avalia o mandato do presidente até o momento?

Espero que o Presidente Bolsonaro, continue radical e intransigente contra essa turma que tenta destruir o Brasil, pois foi pra isso que ele foi eleito. Vejo o Governo no caminho certo, porém também vejo que não será fácil consertar o que demoraram anos destruindo.

Seus jargões um tanto quanto polêmicos contra bandidos como bandido bom é bandido morto, cacete no lombo e bala no rabo, entre outros, tem aceitação de boa parte da comunidade, porém, algumas pessoas o criticam acusando de discurso de ódio. Como vê isso?

Meus jargões, refletem exatamente o que eu penso. Bandido bom é bandido morto. Em Umuarama, um degenerado, violentou e matou uma jovem de 15 anos, pegou uma pena mixuruca e foi solto. Aqui fora, voltou a matar, dessa vez uma garotinha de seis anos. Ou seja, se tivesse sido morto na primeira vez, a garotinha ainda estaria viva. E não tenham dúvida nenhuma de que se novamente for solto, voltará a matar.

O senhor é o segundo deputado mais influente das redes sociais. Qual o sentimento?

Estar entre os Deputados e parlamentares mais influentes das redes sociais mostra que sou visto e ouvido por milhares e milhares de pessoas, e assim sendo vou passando meus recados. Só tenho a agradecer ao povo brasileiro pelo apoio e incentivo. Não sou autoridade, sou um empregado de vocês, e lá estou para serví-los.

Já mandei muitos [bandidos] para a cadeia, fora os que usei como adubo nos canaviais.

Se tiver algo mais a acrescentar fique à vontade…

Criminosos, em sua grande maioria, não tem dó de ninguém. Não poupam ninguém. Assim sendo, porque eu tenho que ter dó deles? Já mandei muitos desses para a cadeia, fora os que usei como adubo nos canaviais.