Vereador preso acusado de extorsão tem mandato cassado e cumpre prisão domiciliar

O vereador Vaudinei Borgert (PR), preso acusado de extorsão ao prefeito de Nova Tebas, Clodoaldo Fernandes dos Santos (PSC), teve o mandato cassado pela Câmara Municipal, por 7 votos a 2. Borgert que foi preso pelo Gaeco no dia 10 de novembro do ano passado, cumpre prisão domiciliar, ele faz o uso de tornozeleira eletrônica.

O parlamentar teve o mandato cassado após a criação de uma Comissão Processante (CP), instaurada após recomendação do Ministério Público (MP) para a perda de seu mandato. O presidente da CP, vereador David Matias (PSD), informou que os trabalhos foram feitos dentro do prazo de três meses na ‘maior imparcialidade possível’.

Fizemos tudo o que determina a lei, com o vereador tendo o direito à defesa das acusações, mesmo com as provas robustas oferecidas pelo Ministério Público, falou Matias. Ele disse, que além o vereador, o prefeito da cidade também deveria ter o mandato cassado. Na minha opinião tanto quem dá quanto quem recebe a propina é culpado, justificou o vereador.

Nesta terça-feira (16), uma audiência sobre o caso será realizada no Fórum de Justiça de Manoel Ribas, onde tramita o processo. Duas ações sobre o mesmo caso correm na esfera cível e criminal. Que a cassação do mandato dele sirva de lição para que isso não ocorra novamente no município, ressaltou o presidente da CP.

No lugar de Borgert, assumiu o servidor público estadual, Ayslan Porfírio dos Santos (PSD). Ele disputou as eleições de 2016 pela coligação Rumo Novo Com A Força do Povo’, composta pelos partidos políticos do PR/PMDB/PPS/DEM/PSD, fazendo 159 votos, ficando como 1º suplente do vereador cassado.

Relembre o caso

Vaudinei Borgert foi preso no dia 10 de novembro de 2018 no âmbito da Operação Antagônico. Ele é acusado de extorquir o prefeito da cidade. O crime, segundo o Ministério Público, foi praticado por seis vezes no período de um ano. No final de novembro do ano passado, o núcleo do Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria), de Guarapuava e a Promotoria de Justiça de Manoel Ribas, ofereceram à Justiça denúncia contra o vereador pelo crime de concussão, quando funcionário público exige, mediante coação, pagamento de vantagem indevida.

De acordo com as investigações, Borgert exigia pagamentos mensais do prefeito da cidade que variavam entre R$ 1 mil e R$ 3 mil. As exigências aconteciam desde o fim de 2017. As investigações apontam que o vereador exigia o dinheiro em troca de manter uma oposição branda, que não fizesse críticas mais efusivas contra a administração e a honra do prefeito.

Conforme a Promotoria de Justiça, a denúncia do caso foi levada ao MP pelo próprio prefeito da cidade. Borgert tem 27 anos, foi terceiro vereador mais votado da cidade com 5,82% dos votos (279) pela coligação Rumo Novo Com a Força do Povo.