Volta do sarampo preocupa e Saúde mantém alerta na região

O registro de surtos de sarampo em algumas regiões do Brasil, incluindo o estado vizinho de São Paulo, que já contabiliza quase 400 casos confirmados da doença neste ano, tem preocupado a 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão, que vem orientando os municípios da Comcam a intensificarem a vacinação para a população devido à proximidade e fluxo de pessoas entre um estado e outro. Até o momento não há casos confirmados na região.

Segundo informações repassadas pelo setor de epidemiologia da 11ª Regional, do início deste ano até agora apenas um caso suspeito foi notificado na cidade de Farol, mas foi descartado. Há anos não tem notificação positiva de sarampo na região, ressaltou a enfermeira da Vigilância Epidemiológica da 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão, Anne Kulik.

Anne informou que a Regional está reforçando orientações aos municípios para que intensifiquem a vacina contra a doença. Ela informou que as doses fazem parte do calendário do programa nacional de imunização e são disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Além de se vacinar, a orientação é que a população mantenha medidas de higiene como lavar as mãos, e proteger ao tossir ou espirrar, orientou a enfermeira.

Os primeiros sintomas do sarampo são febre alta, tosse, coriza e conjuntivite, seguidos de exantema – que são as manchas avermelhadas pelo corpo. A transmissão da doença ocorre de forma direta e rápida, por meio de secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. As partículas virais ficam suspensas no ar. Por isso, o elevado o poder de contágio da doença.

A vacina é a única maneira efetiva de prevenir o sarampo. O esquema vacinal vigente prevê duas doses de vacina com componente sarampo para pessoas de 12 meses até 29 anos de idade, sendo uma dose da vacina tríplice viral aos 12 meses de idade e uma dose da vacina tetra viral aos 15 meses de idade. Até 29 anos a pessoa deverá ter recebido duas doses. Uma dose da vacina tríplice viral também é indicada para pessoas até 49 anos de idade. Quem já tomou duas doses da vacina da tríplice está imunizado.

De acordo com a Saúde, o aumento das coberturas vacinais da Tríplice Viral, que previne contra sarampo, caxumba e rubéola, é de extrema importância. O acumulado do estado até o mês de junho deste ano, conforme a secretaria Estadual de Saúde (Sesa) era de 89,8% na faixa etária menor de 1 ano, sendo que a cobertura vacinal deve ser de 95%. Até o momento não foram confirmados casos de sarampo no Paraná.

Sintomas

Considerada uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave e extremamente contagiosa, o sarampo pode trazer complicações infecciosas que aumentam de gravidade dependendo da fragilidade no sistema imunológico do paciente.

Na parte clínica, sarampo, rubéola e catapora são parecidos, mas cada uma dessas doenças traz diferenças com relação às exantemas, ou as manchas. Na rubéola logo no primeiro dia aparecem várias manchas pelo corpo, que desaparecem no terceiro dia. No sarampo, é o contrário.

De forma geral, a pessoa deve ficar atenta aos seguintes sinais: febre alta, acima dos 38,5ºC; manchas pelo corpo; tosse; coriza; conjuntivite; manchas brancas na mucosa bucal conhecida como sinal de koplik, antecedendo de um a dois dias antes do aparecimento do exantema.

O diagnóstico é clínico, confirmado pelo exame de detecção de anticorpos IgM, identificado no exame de sangue, durante a fase aguda da doença, nos primeiros dias. A transmissão se dá pelas gotículas de saliva expelidas na fala, espirro, tosse e respiração, e a principal forma de prevenção se dá através da vacina tríplice e tetra viral.