Principal mudança no agro é a ‘mentalidade do produtor’, diz Ágide Meneguette
Em entrevista à TRIBUNA, o presidente da Federação da Agricultura do Paraná (FAEP), Ágide Meneguette, que é também produtor rural, comentou sobre as mudanças no agronegócio nos últimos anos. Entre elas, ele destacou o avanço das tecnologias aplicadas no campo a fim de otimizar a produtividade.
No entanto, a principal mudança, segundo Meneguette, é a mentalidade do produtor rural, que mudou nas últimas décadas. Com o passar dos anos, ele passou a entender sobre a sua importância econômica, social e ambiental. “E, isso foi conquistado com muito trabalho”, afirmou.
Meneguette comentou também que a pandemia exigiu da Faep e próprios Sindicatos Ruais adaptações para a continuidade aos atendimentos dos produtores e trabalhadores rurais, mas que em pouco tempo, ‘com apoio incondicional dos sindicatos’, todos estão adaptados a esta nova realidade. Leia abaixo a entrevista completa.
Tribuna do Interior – Como o Sistema FAEP/SENAR-PR e os sindicatos rurais atravessaram esta pandemia com as dificuldades de encontro físico entre os agropecuaristas?
Ágide Meneguette – A pandemia exigiu que nós nos transformássemos para dar continuidade aos atendimentos aos produtores e trabalhadores rurais. No primeiro momento, foi preciso suspender os cursos presenciais, conforme orientação dos órgãos da saúde. Mas, continuamos com as dezenas de cursos online que temos no nosso catálogo. Em pouco tempo adaptações nossos cursos presenciais aos decretos municipais conforme número de participantes e locais. Tudo isso com apoio incondicional dos sindicatos rurais. Além dos cursos, os demais atendimentos dos produtores e a defesa dos interesses do setor continuaram de forma irrestrita. Nossa equipe de colaboradores, de forma presencial ou remota, deu continuidade aos trabalhos. É inquestionável que a pandemia mudou a rotina de trabalho, mas, de forma rápida e eficiente, as entidades que representam os produtores rurais conseguiram se adaptar.
Quais são os grandes embates que os agropecuaristas podem enfrentar neste segundo semestre e nos próximos anos?
Os desafios são muitos, mas que o produtor paranaense sempre trabalha para superar. Hoje tem a questão da falta de internet em muitas áreas rurais. E esse serviço é fundamental, pois cada vez mais é preciso implantar tecnologias dentro da porteira. Outra questão é a energia elétrica, que está cara e existe risco de racionamento. Por isso, o produtor rural está, aos poucos, apostando em energia alternativa e limpa como solar e biomassa. O Sistema FAEP/SENAR-PR e os sindicatos rurais estão fornecendo todas as informações para que os produtores rurais migrem para esses sistemas de energia alternativos.
A FAEP é reconhecida nacionalmente como uma Federação diferenciada e eficiente, servindo de modelo para muitas outras. Qual é o segredo deste sucesso?
O Paraná é um estado agrícola. Os números comprovam a importância do setor e, consequentemente, dos produtores para a economia e para sociedade. Afinal, além de produzir alimento, o campo gera riquezas, empregos e renda. E, desde o início da FAEP, há 55 anos, o trabalho é feito para dar continuidade ao desenvolvimento do setor. Não existe segredo. É apenas trabalho diante das demandas que chegam do campo, sempre em busca de atender os milhares dos produtores rurais e colaborar para o crescimento do setor. Afinal, a agropecuária paranaense crescendo e se desenvolvendo certamente a sociedade e o Estado d Paraná também vão crescer e se desenvolver.
Qual é a mensagem que o senhor deixaria para os agropecuaristas da região de Campo Mourão e municípios vizinhos?
Nas últimas décadas, as mudanças no campo foram inúmeras. Podemos citar as diversas tecnologias aplicadas para melhorar a produção e produtividade, como sementes, maquinário e insumos. Mas, a principal mudança é a mentalidade do produtor rural. Mais do que nunca, ele sabe a sua importância econômica, social e ambiental. E, isso foi conquistado com muito trabalho. Então, quero deixar registrado meus parabéns aos milhares de agricultores do Paraná pelo trabalho diário, que tanto contribui para o nosso Estado.
