Marcado júri de acusados da morte de Kawany e Rubens; crime completa 2 anos sem corpos encontrados

Esta quarta-feira (3) está completando exatamente dois anos do desaparecimento e assassinato do casal Kawany Machado e Rubens Bigueti Junior. Os corpos, no entanto, não foram encontrados até hoje. Despacho do juiz da Comarca, Christian Palharini Martins, no fim do mês passado, marcou para o dia 16 de setembro deste ano, o julgamento dos possíveis autores. Eles irão a júri popular.

O processo acusa cinco réus pelo crime de homicídio qualificado. Um dos acusados, Mauro José Cavalcante Sobrinho, o Ceará, morreu na Penitenciária Estadual de Cruzeiro do Oeste após sofrer uma parada cardiorrespiratória, em maio do ano passado.

Kawany e Rubens desapareceram na tarde do dia 3 de agosto de 2020. Na noite do mesmo dia, o filho do casal, então com quatro meses, foi encontrado em uma calçada na Rua do Contorno Norte, no Jardim Curitiba. No dia seguinte o carro de Rubens foi encontrado completamente carbonizado na zona rural de Moreira Sales.

Desde então começaram as buscas pelo casal em princípio nas imediações do local onde o carro foi encontrado e depois em vários outros pontos, conforme foram surgindo informações e buscas foram feitas em Goioerê, Moreira Sales, Mariluz, Umuarama, Quarto Centenário e Nova Aurora, sem que nenhuma pista fosse encontrada.

Por outro lado, as investigações sobre o caso evoluíram e a polícia concluiu que a morte do casal foi uma vingança traçada por uma vizinha de Kawany, com envolvimento de outros comparsas. Todos foram presos. Mesmo com as prisões, nenhum dos supostos envolvidos admitiu participação no crime e alegam que não sabem onde estão os corpos de Kawany e Rubens.

A justiça aceitou a denúncia do Ministério Público contra os cinco supostos envolvidos no crime por homicídios e ocultação de cadáveres. Segundo a denúncia do Ministério Público, Ceará e mais quatro pessoas, entre elas uma vizinha de Kawane e Rubens, mataram o casal porque presumiram que as vítimas tinham denunciado o grupo à polícia por tráfico de drogas. Conforme a promotoria, isso ficou comprovado após análise de dados do celular de uma das acusadas.

Cronologia do Caso

03.08.2020 – O filho do casal, um menino então com 3 meses de vida, é encontrado durante a noite por populares abandonado em uma calçada na rua Contorno Norte, entre os bairros Jardim Curitiba e Vila Candeias, na saída para Moreira Sales. A Polícia Militar é acionada;

04.08.2020 – O veículo da família, um Honda Civic preto é encontrado totalmente carbonizado no início da manhã, na estrada Jamaica, em Moreira Sales. No carro os peritos encontraram apenas um aparelho celular que seria de Kawane; Buscas começam a ser feitas pela família e polícia. Nos dias seguintes, a área de procura e a ajuda aumentam, mas sem sucesso. Ainda nas primeiras investigações, o delegado titular de Goioerê na época, Hélio Nunes, já afirmava que não se tratava de roubo ou sequestro e que a hipótese mais provável seria vingança. O caso ainda era tratado como desaparecimento;

11.08.2020 – Equipes do GOA e do Tigre realizam buscas durante a semana por toda a região com o auxílio de um helicóptero;

20.08.2020 – As investigações passam a ser comandadas pelo delegado de Alto Piquiri Adaílton Ribeiro Júnior. Hélio Nunes entra em licença médica;

03.09.2020 – Presa a primeira suspeita de participação no desaparecimento do casal. A mulher de 23 anos era vizinha de Kawane e Rubens e já estava presa preventivamente desde o dia 12 de agosto, acusada de envolvimento com o tráfico de drogas;

16.09.2020 – Mais três suspeitos são presos temporariamente, sendo dois dentro do inquérito que apura o desaparecimento, encontrados em Umuarama, e o terceiro por mandados expedidos por outros crimes, em Tapejara. Com esse terceiro a Polícia Civil encontra joias e objetos furtados da casa das vítimas um dia após o desaparecimento;

21.09.2020 – O quinto suspeito de envolvimento no crime é preso em Campo Mourão, por força de mandado de prisão por outro crime.