Ministério Público investiga policiais por agiotagem e exploração sexual

O Ministério Público (MP) cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de dois policiais militares em Goioerê. Os mandados, expedidos pela Justiça, foram cumpridos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), núcleo de Cascavel. Os agentes são investigados pela Promotoria de Justiça por suposta agiotagem e tolerância à exploração sexual no município.

As investigações tiveram início em fevereiro de 2020, com o cumprimento de mandados de busca e apreensão em estabelecimentos em que, supostamente, ocorria a prática de exploração sexual. Após o fim da primeira etapa das investigações, o Ministério Público ofereceu denúncia contra diversas pessoas pela prática de crimes de associação criminosa, favorecimento de exploração sexual, casa de prostituição e exploração de prostituição alheia. 

No decorrer do inquérito, o MP identificou o possível envolvimento dos policiais militares a partir da análise dos dados nos aparelhos de telefone celular apreendidos naquela ocasião. Diálogos analisados revelaram indícios de que os dois policiais não somente tinham pleno conhecimento do funcionamento ilegal dos estabelecimentos, como também se omitiram na repressão criminal da conduta, além de manterem agiotagem com pessoas denunciadas como autoras dos crimes. 

A partir do afastamento do sigilo bancário e fiscal dos agentes públicos, apurou-se que um dos investigados tinha a média mensal de créditos em sua conta bancária no valor de R$ 14.487,22, embora tivesse como rendimento médio mensal o valor de R$ 5.337,69. O outro investigado, por sua vez, possuía como renda média mensal o valor de R$ 15.193,88, valor também superior ao vencimento médio mensal no período.

Durante o cumprimento dos mandados, que foram expedidos pela Vara da Fazenda Pública de Goioerê, um dos investigados foi preso em flagrante por posse irregular de armas de fogo e munições. Foram apreendidos documentos, cheques, notas promissórias, R$ 1.589,00 em espécie, aparelhos de telefone celular, armas de fogo e munições. 

Com informações do Ministério Público.