Após enfrentar falta de oxigênio, prefeito de Cianorte retrocede e decreta lockdown

O prefeito de Cianorte, Marco Franzato (PSD), não agüentou a pressão e retrocedeu, decretando lockdown no município a partir desta segunda-feira (1), após a cidade até enfrentar a falta de oxigênio no domingo (28), conforme noticiado pela TRIBUNA. Apesar das medidas mais rígidas impostas pelo Estado, no último sábado, Cianorte havia mantido o funcionamento do comércio varejista normalmente. 

“Houve uma pressão muito grande dos prefeitos e do Governo do Estado, e Cianorte retrocedeu. Vamos manter as condições previstas no decreto do Governo. Isso quer dizer que hoje meio dia ou amanhã [vamos entrar em lockdown]”, afirmou a jornalistas. Ele disse que o decreto será publicado ainda antes do almoço. O lockdown no Paraná prossegue até o dia 8 deste mês, podendo ser prorrogado.

No domingo, a Santa Casa de Campo Mourão enviou emprestados dois cilindros de oxigênio para atender pacientes internados na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Cianorte. Até uma partida de futebol pelo Campeonato Paranaense, foi realizado no sábado (26) no município, entre Cianorte e Atlético Paranaense. Ironicamente, o jogo ocorreu no estádio localizado atrás da UPA onde estão os pacientes internados, correndo risco de morte. 

Cianorte tem hoje 50 mortes causadas por coronavírus e mais de 4 mil pessoas infectadas.  A cidade tem 6 leitos de UTI-Covid. Todos ocupados. Enfermaria, com capacidade para 13 pacientes, estava até sábado com apenas 2 vagas. O hospital que faz atendimento para a 13ª Regional de Saúde de Cianorte fechou na última metade dos leitos particulares por falta de profissionais. 

Além disso, a cidade criou na UPA 7 leitos exclusivos para atendimento de pacientes com Covid e abriu outros 7 leitos nos mesmos moldes no Centro de Eventos. Todos estão ocupados. E sete destas com pessoas aguardando vagas em UTI. A falta de oxigênio ao município teria ocorrido por atraso na entrega pelo fornecedor. 

Colapso

De acordo com dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde do Paraná (Sesa-PR), a região Noroeste, que inclui a cidade de Campo Mourão, é a que mais está sofrendo com a falta de vagas em hospitais no Paraná. 

Esta segunda-feira começou com 32 pessoas aguardando vagas em UTI e 63 em enfermaria. São casos confirmados e suspeitos de Covid-19. Na 11ª Regional, que abrange os 25 municípios da região, a fila é de três pessoas na fila de espera para leitos de UTI e três na enfermaria. O Noroeste tem ainda as regionais de Maringá, Cianorte, Paranavaí e Umuarama.