Novo ciclo da dengue já tem casos confirmados em 4 cidades da região
Iniciou nesta semana o novo período sazonal da dengue no Estado. De acordo com o primeiro boletim divulgado pela Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa), o novo ciclo iniciou já com 5 novos casos autóctones confirmados em 4 cidades da Comcam. Os municípios com confirmações são: Goioerê (2); Campina da Lagoa (1), Iretama (1); e Ubiratã (1).
O primeiro boletim traz ainda que a região tem 19 notificações em 10 cidades: Barbosa Ferraz (4); Campina da Lagoa (1); Campo Mourão (1); Fênix (2); Goioerê (2); Iretama (1); Moreira Sales (3); Peabiru (1); Roncador (2); Ubiratã (1). O monitoramento terá sequência até julho de 2021, com dados notificados pelos municípios, acompanhados pelas Regionais de Saúde e analisados e publicados pela Coordenadoria de Vigilância Ambiental, vinculada à Diretoria de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa.
No ciclo anterior, de julho de 2019 a julho deste ano, a Comcam contabilizou 15.463 casos confirmados de dengue. Durante o período foram 14 mortes pela doença em Barbosa Ferraz (7); Juranda (1), Nova Cantu (3), Peabiru (1), e Ubiratã (2). O ciclo foi encerrado com 26.211 notificações.
No ciclo 2019/20, os municípios com maiores números de dengue foram Terra Boa (1.501); Barbosa Ferraz (1.482); Ubiratã (1.440); Iretama (1.262); Engenheiro Beltrão (1.215); Campo Mourão (1.169); Goioerê (1.163); Peabiru (1.048); e Juranda (1.025).
O período encerrou com 19 dos 25 municípios em situação de epidemia, sendo Araruna; Altamira do Paraná; Barbosa Ferraz; Campo Mourão; Campina da Lagoa; Engenheiro Beltrão; Farol; Goioerê; Iretama; Quarto Centenário; Quinta do Sol; Peabiru; Rancho Alegre D'Oeste; Roncador; Mamborê, Nova Cantu; Janiópolis; e Juranda. Nestas cidades, a taxa de incidência proporcional foi acima de 300 casos por 100 mil habitantes.
A chefe de Vigilância Sanitária da 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão, Alessandra Granado, reforça à população que os cuidados de prevenção à dengue devem ser constantes, mesmo neste período mais frio e seco. “No ciclo 2019/20, tivemos números altíssimos de casos e mortes por dengue em toda a região, por isso os cuidados devem ser mantidos mesmo diante da pandemia de coronavírus. Não podemos descuidar da dengue”, ressaltou Alessandra.
No Paraná, o primeiro boletim deste novo período sazonal aponta 79 novos casos confirmados, em 29 municípios. São 484 notificações e 350 casos em investigação. A dengue é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que se prolifera inclusive no inverno, por isso a recomendação de eliminação dos criadouros é válida para o ano todo.
Antes do início do novo período epidemiológico, a Sesa realizou um ciclo com sete videoconferências com profissionais que atuam nas 22 Regionais de Saúde, secretarias municipais e unidades de saúde, nas áreas de Vigilância e Assistência. Os encontros virtuais foram realizados com o objetivo de alinhar condutas de prevenção e de manejo de pacientes com dengue. Mais de 200 profissionais participaram da ação, inclusive da Comcam.
Mosquito
O mosquito Aedes aegypti foi introduzido no país no período de colonização do Brasil, vindo da África. Os registros indicam que os primeiros relatos de dengue foram em Curitiba no século XIX. Porém, foi outra doença, a febre amarela, que despertou a preocupação em relação à proliferação do vetor. Nos anos 50 o Brasil erradicou o Aedes aegypti como forma de controle da febre amarela.
Aproximadamente 10 anos mais tarde, após o relaxamento das medidas de controle, o mosquito surgiu novamente em território brasileiro. Além da dengue, o Aedes aegypti transmite zika, chikungunya e a febre amarela urbana. A transmissão das doenças se dá pela picada do mosquito fêmea infectado. Entre as possíveis causas para o crescimento da população do mosquito estão a variedade e a quantidade de recipientes que acumulam água.
Hoje, 90% dos criadouros estão nos quintais e ambientes internos, em garrafas, lixeiras, caixa d´água e ralos destampados, vasilhas para água de animais, vasos de plantas, coletores de água da geladeira e do ar condicionado, entre outros.
Existem quatro tipos de vírus de dengue no Paraná: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Cada pessoa pode contrair a infecção provocada pelos diferentes sorotipos e a imunidade é gerada após a contaminação por cada um. A reincidência da dengue pode agravar os sintomas, podendo desenvolver a forma grave da doença.
O ano de 2007 marcou a primeira grande epidemia de dengue no Paraná. Foram mais de 50 mil notificados, cerca de 26 mil casos confirmados e sete pessoas morreram. A série histórica da doença aponta que o último período, de 2019/2020, foi o de maior registro de casos, finalizado com 227.724 confirmações e 177 óbitos.

