“Rambo” morou no cemitério ao lado do túmulo do ex dono. Agora, ele também lá foi enterrado

Em 2011, após seu dono morrer, um cão sem raça definida, de cor caramelo, tomou uma decisão de extrema personalidade: morar ao seu lado, no cemitério municipal de Mamborê. Segundo relatos, o animal chegou a acompanhar o sepultamento e, após o cortejo se dispersar, acabou ficando por lá mesmo. Sua presença chamou a atenção do coveiro na época, que passou a cuidar dele. E foi assim por nove anos, até que “Rambo”, o cão, morresse em 2020.

O apelido foi dado pelo próprio coveiro. Como nas telas do cinema, “Rambo” sempre se mostrou valente, com um comportamento agressivo, sempre defendendo seu território. “Ele brigava muito com outros cães. Foi por causa disso que coloquei esse nome de guerreiro”, disse o servidor municipal, na época. Por anos, os dois conviveram em plena harmonia.

Mais tarde, “Rambo” passou a ser assistido por Dirce Ferreira Batista, uma cidadã que optou zelar de alguns animais de rua. No começo o ajudava no próprio campo santo. Depois, o levou para casa. Em vão. “Ele começou a uivar sem parar. Estava inquieto, andando de um lado para o outro. Não deu certo. Tive que o levar de volta”, lembrou. Desde então, o bicho continuou entre os túmulos, feliz da vida, sempre defendendo a sua “casa”.

“Continuei cuidando dele até o final de sua vida. Ele adoeceu. O levei ao veterinário. Mas foi se acabando. Ficou fraquinho. O coloquei para ficar dentro de uma capela abandonada. Levava leite e dava na seringa. Ele quase não comia mais e morreu ano passado”, disse. Após o encontrar morto, Dirce achou um local no próprio cemitério, onde o enterrou, com todas as “honras” merecidas.

Dirce é uma mulher comum a tantas outras. Há pouco tempo se separou do marido. Mas decidiu se colocar à disposição de animais à mercê de tudo, e de todos. “Eu os amo. Faço qualquer coisa para protegê-los”, revelou.