Sericicultura vira alternativa de fonte e renda a produtores rurais de Araruna

A sericicultura (bicho da seda) está se tornando uma importante aliada como opção de fonte e renda a produtores familiares da cidade de Araruna. Considerada como uma alternativa de diversificação da propriedade rural, a cultura tem atraído vários produtores do município, tendo como uma das vantagens, a adequação da atividade para pequenas propriedades. A atividade pode ainda aliar a outras culturas e criações de subsistência ou comercial, promovendo a geração de empregos. O caráter ambiental é outra vantagem do sistema, uma vez que praticamente não se utiliza agrotóxicos nas amoreiras.

Um fator que facilitou para o sericicultor de Araruna foi à criação da Associação de Sericicultores de Araruna (Araseda), fundada em 2019 com auxílio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná). Pelo Instituto, os produtores recebem as larvas do bicho da seda e entregam os casulos no próprio município. Anteriormente tinham de buscar e entregar os casulos em outra cidade, aumentando os custos de produção.

Para o presidente da Araseda, Aguinaldo Frezze, a atividade gera uma boa rentabilidade. O produtor, juntamente e sua esposa trabalham em  uma área de 2 hectares de amora (alimento do bicho da seda). Na área, o casal consegue uma receita anual de aproximadamente R$ 50 mil, com custo de produção em torno de R$ 11 mil. 

Para se ter uma ideia, seriam necessárias produzir 600 sacas de soja por alqueire (R$100,50 por saca de soja)  para obtenção da receita adquirida com a sericicultura. Atualmente, o município tem 24 famílias na atividade, cultivando cerca de 54 hectares de amora. A boa rentabilidade da atividade vem atraindo mais produtores. Em algumas propriedades, a sericicultura já passou a contar como atividade principal. 

Expansão

O setor está em expansão e o Paraná conta atualmente com 4.060 hectares plantados com amoreiras e cerca de 2 mil produtores responsáveis por uma produção de 2,5 toneladas de casulos verdes. Atualmente, o quilo de casulo verde é vendido pelos produtores por US$ 5,06. Os maiores compradores são os países europeus e asiáticos. No ano passado as exportações renderam US$ 28,08 milhões ao Estado.

No Paraná, a atividade é impulsionada pelo clima favorável ao cultivo da amoreira nas regiões Norte e Noroeste, pela adoção de manejo correto por parte dos produtores, pela fertilidade do solo e pela aplicação de tecnologia. As folhas da planta servem como alimento para os bichos-da-seda.

Além da rentabilidade, a sericicultura é uma atividade sustentável ao meio ambiente, pois denuncia casos de derivas – desvio de agrotóxico para lavouras vizinhas, fora da área que se pretende atingir. De acordo com cálculos, com dois a três hectares plantados com amoreira é possível obter renda de R$ 5 mil a R$ 6 mil durante 10 meses do ano.