Verdades e farsas!
Se bem analisado, há sim razões que levam os petistas como o ex-presidente Lula a reclamar da imprensa. No ano em que o partido festeja seu 30º aniversário, ao invés de se juntar ao júbilo de expressões partidárias como Lula, Zé Dirceu e outros (a presidente Dilma não participou da fundação em 12 de fevereiro de 1982), fica a imprensa questionando alguns pecadilhos do Partido. Enquanto Lula e outros lembram que o Brasil foi salvo pelo partido, de dez anos a esta parte, gente como a Miriam Leitão, insiste em dizer que quando tudo dá errado, o Tesouro usa o seu, o meu, o nosso dinheiro. Tem razão o ex-presidente de, ao reclamar do pouco espaço que merece (pelo menos nos jornais que o colunista lê ele está presente todo dia), estimular as Centrais Sindicais a formarem suas próprias empresas de comunicação, para darem suas versões. Uma coisa que poderiam explicar, se esse jornal vier a existir, é porque induziram o Lula quando presidente, a beneficiá-las com a manutenção da obrigatoriedade da contribuição sindical do trabalhador – um dia de trabalho – recolhida ao Banco do Brasil, ao invés da liberdade de ser ou não sindicalizado. Ironias à parte, o artigo da jornalista Dora, a que a coluna referiu-se acima, é de encabular. Trata das desastrosas negociações da Petrobras que levaram, só no negócio da aquisição da Pasadena, via a belga Astra/Transcor, a um prejuízo de US$ 1bi 180 milhões (de dólares). Mais as perdas do BNDES em que num só negócio da LBR-Lácteos (em recuperação judicial) o prejuízo somou R$ 865 milhões. Sem falar, como lembrou Dora, dos R$ 800 milhões que a Caixa investiu no banco Panamericano, pouco tempo antes de descobrir que ele tinha um rombo de R$ 4,3 bi. Esses são alguns dos negócios que fazem essa propaganda toda em torno do programa que promete tirar todos os brasileiros da miséria absoluta, parecer uma cortina de fumaça. Em contrapartida, os valores perdidos indicam que alguns brasileiros foram introduzidos na fortuna absoluta. Bem investigado, os mesmos de sempre!
Semelhanças
Para não se afirmar que o colunista tem má vontade com alguns personagens da política brasileira, vamos dar espaço ao ex-presidente que se comparou a um lendário ex-presidente americano, Abraham Lincoln, cuja história de vida foi transformada em filme. Talvez resida aí a semelhança: a vida de Lula também mereceu um filme. O colunista não viu mas lamenta que produzido enquanto ele ainda manda no país, possivelmente com apoio da Lei Rouanet!
Joaquim, contra!
Não é só a imprensa (menos as grandes redes de TV, abonadas com as verbas da Petrobras, da Caixa, do BB, do BNDES) que tem má vontade com alguns petistas. O presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, também. O que ele tinha, nesse momento festivo do partido, de lembrar que os recursos dos 25 condenados no julgamento do mensalão serão julgados neste semestre, antes de 1º de julho e que as ordens de prisão deverão ser cumpridas antes dessa data.
Vale-cultura
Mais um espaço para o PT: a ministra da Cultura, Marta Suplicy, esteve em Curitiba para divulgar o Vale-Cultura. A contribuição aos empregados de R$ 50 reais por mês havia sido muito bem recebida pela classe artística pois reverteria em reforço para os espetáculos de qualquer natureza (menos, claro, à exibição de força de polícias em hospitais e assemelhados). Até que alguém teve a brilhante ideia de permitir que o Vale seja usado também para pagar assinatura de TV. Pelo andar da carruagem vai se chamar Vale-Curtura!
Em choque
Bem lembrado! Em qualquer país, a não votação do orçamento nacional implicaria no não pagamento do funcionalismo e também no não repasse dos recursos que cabem aos demais poderes: legislativos e judiciários. Se tal acontecesse no Brasil, hoje o Congresso estaria sendo abraçado por dezenas de milhares de funcionários de todos os poderes. Inclusive pelos próprios senadores e deputados federais.
