Entrevista afinal

Uma surpresa agradável, que retira as dúvidas que o colunista tinha direito de alimentar por,nos seus mais de cinquenta anos de vida pública, jamais ter sido entrevistado por um instituto de pesquisa. Enfim o Ibope me encontrou. Para questionar sobre a eleição do Paraná. Segundo esse Instituto, eleição que Beto Richa está levando, se não for atingido pela bala de prata que Requião diz ter para cravar no peito de adversários. Como o senador, aos 70 anos ainda é um inovador, dele se pode esperar tudo. Tomara que desta vez não seja um Ferreirinha com que derrubou José Carlos Martinez. A bala com que atingira antes a José Richa, na mesma eleição de 1990, agora trabalha contra ele: aposentadorias, que ele insiste em afirmar só receber para pagar as ações que perdeu na Justiça. Pela prática de uma expressão cunhada pelo também senador José Eduardo Andrade Vieira: quem fala demais, dá bom dia pra cavalo. Principalmente quando se diz inverdades. Voltando ao Ibope: a prevalecerem as pesquisas até agora efetuadas, Beto Richa pode mandar fazer o novo terno de posse. Requião, por três vezes governador, acumulou uma rejeição maior que a sua expectativa de votos. A surpresa fica por conta de Gleisi Hoffmann que, depois de uma eleição consagradora ao Senado, com direito a uma passagem pela Chefia da Casa Civil da Presidência, segundo cargo na hierarquia do Planalto, ficar tangenciando pouco mais de 10% das intenções de votos. Sinal de que o Paraná não viutrabalho seu, no alto cargo, em favor de seu Estado. A uma semana da eleição, resta saber se a expectativa provocada por Requião, provocará o ruído de um tiro,ou não passará de uma mal educada flatulência.

Ganhos e perdas

Como previsto, a presença da presidente Dilma na ONU, especialmente para produzir imagens que aproveitadas na campanha televisiva, acrescentará à sua, a imagem de estadista que Lula também perseguiu com suas inúmeras viagens ao exterior, deixou margem a dúvidas; não ficou muito claro em sua fala se ela é contra ou a favor do Estado Islâmico. A aparente crítica à guerra movida contra os terroristas, seguida pela dura fala do presidente americano e do maciço apoio dado ao combate ao grupo extremista, deixou margem a exploração de seus adversários nesta campanha.

Amazônia desprotegida

Do mesmo modo, a expressão usada por ela, aumentozinho, em relação ao desmatamento da Amazônia, 20% em 2013, em relação a 2012, num momento em que as informações dos meios científicos identificam  como proveniente da ação das moto-serras a seca que se abate sobre o sul e sudeste, com terrível impacto no abastecimento de água dos grandes centros urbanos, vai ser explorada. Especialmente por não ter o Brasil assinado o protocolo que pretende o fim do desmatamento, no mundo, até 2030.

O Paraná já viu!

A preocupação da mudança da mata amazônica em pasto, no longo prazo, pode ser medida pelo que aconteceu no Paraná em relação à região noroeste (arenito Caiuá). Com o avanço da cafeicultura na metade do século passado (dito assim parece muito tempo, quando em realidade são pouco mais de 60 anos), as lindas matas da região viraram cinza. Com o fim do ciclo, as áreas foram transformadas em extensas pastagens, com pouco aproveitamento (1 boi por hectare) e muita erosão. Menos mal que a citricultura e a cana-de-açúcar deram algum resultado positivo, com influência econômica na região.

País da impunidade

Um dos empresários brasileiros que o governo, desde o período Lula, resolveu transformar em referência econômica mundial, neles investindo maciçamente neles através o BNDES, Eike Batista, ultimamente tem aparecido mais no noticiário negativo. Os bilhões com que foi atendido, a cada dia se transformam em prejuízo para o banco estatal, confirmando a máxima de que grande empresário não se cria por decreto. Nem só por benesses governamentais. Mais uma vez Eike volta ao noticiário, desta vez em ação penal movida pela Procuradoria da República do Rio de Janeiro, por manipulação do mercado de capitais. Embora sujeito a prisão, se condenado, aí já é outra história…