Juventude ignorada
Vários comentários sobre a coluna de dias atrás, quando focalizamos uma iniciativa do Positivo, propondo a discussão de política entre seus jovens universitários e alunos do segundo grau, com dois jornalistas políticos, confirmam a necessidade que se sente, de conquistar um público que corresponde a pelo menos um terço do eleitorado brasileiro; jovens situados entre os 16 e os 32 anos. A mesma faixa de gente que em grande número saiu às ruas em todo o país, para portando cartazes e faixas, protestar. Não apenas contra o aumento de passagens em transportes coletivos. Igualmente exigiam melhorias na educação, na saúde. Alguns, aproveitando o momento, usando máscaras, produziram o que deveria ser também motivo de protesto: vandalismo e insegurança. A imensa maioria que protestou pacificamente, hoje está frustrada. A campanha em andamento, não apresenta expectativas de soluções para os problemas que questionavam. Limitam-se a uma vergonhosa campanha de agressões mútuas, utilizando mal um espaço que a boa intenção de sua criação, destinava à discussão de projetos. Eis porque a quase unanimidade dos brasileiros pleiteia o fim do horário eleitoral, que, sabe-se, quando afirma ser gratuito, nada mais faz do que iludir os mais crédulos. Virou uma ode ao poder e à corrupção, com empresas investindo bilhões, na expectativa de negócios a que terão direito com a vitória de seus apoiados financeiramente. Daí o resultado que a todo dia vem à tona, com mensalões de toda ordem. Os jovens idealistas de junho continuam a ser uma parcela de eleitores a ser conquistada.
Mudança sem DNA
Não por acaso, a coluna defende a renovação dos quadros políticos brasileiros que só se dará com mudanças profundas numa sonhada e jamais levada a efeito, reforma eleitoral. O arremedo de renovação que se vê, remete aos mesmos sobrenomes de políticos que levaram a política brasileira ao nível em que se encontra. Muitos deles, sérios, bem intencionados, mas insuficientes para influenciar nessa necessária mudança.
Debate muda resultados?
Pelo adiantado da hora, a coluna não pode repercutir hoje, aspectos do debate levado a efeito ontem entre os candidatos a governador, na RPC. Pelas ameaças que permearam o ambiente pré-debate. Ambiente que deve ter levado pessoas de estômago sensível, como a coluna sugerira na véspera, a desligarem a televisão; ou devidamente preparadas com a ingestão antecipada de digestivos. Donde se conclui que tais debates, com suas pegadinhas maldosas, pouco ou nada contribuem para orientar o voto do telespectador. Mesma condição do tal “horário eleitoral gratuito”.
Mau desempenho
Se a “bala de prata” anunciada por Requião, não produziu o efeito desejado, ou não passou de mais um factoide, as pesquisas indicam que, com ou sem debate, o governador Beto Richa poderá acabar com a disputa no primeiro turno. A decepção da campanha, se os recentes números forem confirmados,ficará por conta da senadora Gleisi, que gastou todos os seus apoios peso pesados e teve um desempenho pífio.
Mudança de rumo
No quadro de incertezas econômicas que permeia a realidade brasileira, pouca atenção tem sido dada na campanha política, à dependência do Brasil a suas poucas alianças comerciais que, quando em crise, como ocorre hoje com a Argentina, deterioram as exportações brasileiras; no caso, a de produtos industrializados, nosso “calcanhar de Aquiles”. Dai ser assustador ouvir o governo acenar para a manutenção da atual política econômica que levou o país a crescimento quase zero. As consequências serão sentidas à partir de 2015.
