Acidente com morte faz voltar à “pauta” mudança em semáforo

Há anos que a sinalização semafórica instalada no cruzamento da Perimetral Tancredo Neves com a Rua Engenheiro Mercer, em Campo Mourão, é motivo de reclamação. Quando ocorrem acidentes com mortes, como na semana passada, as discussões em torno do assunto ganham ainda mais repercussão. Na sexta-feira, dia 11, o engenheiro civil Lucas Amaral Toreli, 28 anos, morreu ao colidir violentamente a moto que pilotava em um Fiesta. 

O cruzamento, que fica no Jardim Alvorada, é considerado um dos mais críticos e onde mais ocorrem acidentes graves na Perimetral. Como a pista é dupla, o sinal abre para ambos os sentidos. Quem está na via e necessita fazer a conversão para acessar a rua, tem que atravessar a pista liberada para o trânsito. Essa tem sido a causa da maioria dos acidentes que ocorrem no local.

“Faz mais de 10 anos que a gente pede mudança para um semáforo de quatro tempos aqui. Esse com tempo simples não resolve. Quantas mortes são necessárias para que essa providência seja tomada?”, reclama o vereador Miltinho, que também é presidente da Associação de Moradores do Jardim Cidade Nova. Ele disse que já conversou sobre o assunto com o responsável pelo trânsito no município. “Não queremos mais conversa sobre custos. Quanto vale uma vida?”, questiona. 

O chefe da Diretran, órgão da prefeitura responsável pelo trânsito, Luiz Sminka, informou que está trabalhando para tentar solucionar o problema. “Já pedimos o orçamento para ver o custo e também é preciso um estudo sobre o tipo de equipamento a ser colocado e a necessidade também de intervenção na via. Mas nossa intenção é modernizar o sistema lá sim”, disse Sminka.

INFRAÇÕES – A maioria dos acidentes (e também os mais graves) envolve motociclistas. Em 20 minutos no local, a reportagem da TV Carajás flagrou mais de 10 infrações de trânsito. A falta de atenção e negligência dos condutores são apontados como os principais fatores. “Por ser uma via larga, reta e de asfalto bom, as pessoas acabam abusando da velocidade. Muitos querem aproveitar o tempo do sinal amarelo, aceleram e muitas vezes acaba não dando tempo, principalmente nesses locais de grande fluxo de veículos”, comentou o comandante do Corpo de Bombeiros, tenente Feijó, em entrevista à TRIBUNA no ano passado.

Quem mora nas proximidades dos semáforos já presenciou cenas chocantes. Como é o caso do ex-vice-prefeito Beto Voidelo, que tem uma empresa a cerca de 100 metros do semáforo da Rua Araruna. “Já vi um ônibus entrar no prédio da esquina onde hoje fica a academia”, relata. Para ele, o local ficou mais perigoso depois que foi retirado um redutor de velocidade próximo do semáforo. “Mas a gente sabe que se as pessoas respeitassem o sinal também não teria tantos acidentes”, analisa. 

A Perimetral Tancredo Neves é um trecho urbano da rodovia PR 158 e antigamente era conhecida como Travessa Guaíra. Já foi mais utilizada especialmente por veículos de grande porte de passagem pela cidade até o início da década de 90, quando foi construído o contorno rodoviário da cidade. Mas o fluxo de veículos ainda é intenso no local, principalmente nos horários de “pico”.

Para o engenheiro de trânsito André Casarin, por ser um trecho com característica de rodovia, amplamente urbanizado, a perimetral necessita ser tratada como área urbana, com colocação de redutor de velocidade e melhor sinalização com vistas a reduzir a velocidade. O trecho urbano da Perimetral mede cerca de 3,6 quilômetros e conta com oito semáforos.