AEACM: 50 anos de desafios, desenvolvimento e bons frutos

A Associação dos Engenheiros Agrônomos de Campo Mourão (AEACM), presidida atualmente pelo agrônomo Roberto Bueno Silva, acaba de completar 50 anos (Jubileu de Ouro). Foi meio século de muitos desafios ao longo de sua existência, mas também de desenvolvimento e frutos colhidos graças a integração entre a classe agronômica que acreditou e continua acreditando no projeto.

A entidade foi fundada em 15 de julho de 1972, inicialmente por 15 agrônomos. Hoje conta com mais de 200. Para celebrar a data, a Associação promoveu um jantar no sábado (16), onde prestou homenagem aos sócios fundadores e fez o lançamento de um livro que conta a sua trajetória. Intitulada como “Tempos de Plantio, tempos de Colheita”, a obra foi produzida pelo historiador e escritor Jair Elias dos Santos Junior.

“Inúmeros fatos e histórias ocorreram neste meio século. Está na memória dos fundadores os trabalhos iniciais que culminaram com a fundação da nossa entidade, a qual, é a quarta mais antiga do estado do Paraná”, relata Roberto Silva, presidente da entidade, no livro dos 50 anos da AEACM. “Somos uma associação forte e reconhecida, mas nos orgulha dizer que nesses 50 anos de atividades, contribuímos de forma incisiva para a qualificação dos atuais mais de 230 associados”, emendou.

O engenheiro agrônomo Ricardo Accioly Calderari, um dos sócios fundadores, relata que naquela época até a pouca quantidade de engenheiros agrônomos dificultou para a criação da Associação. “Naquele tempo eram poucos até para ter condições de discutir entre nós mesmos o que fazer por estas terras que eram muito fracas”, recorda, ao lembrar que as terras eram: cerrado, tomadas de formigas saúvas, sapê e samambaia. “O produtor usava muita trifluralina, mexia a terra muitas vezes com grade niveladora. Ficava fina como farinha. Ele plantava, dormia e de madrugada vinha a chuva e levava tudo embora”, relata.

O engenheiro agrônomo, José Aroldo Galassini. Também um dos fundadores da AEACM, comenta que na época os agrônomos se reuniam em um restaurante da cidade porque não tinham uma sede. “Lá falávamos de produção, do que fazer para melhorar, recepcionar algum agrônomo novo chegando…”, diz. Gallassini fala que em toda a região tinham apenas cinco tratores e toda a terra ainda era sem mecanização. O arroz sequeiro era a lavoura predominante. Tinha poucas e pequenas áreas também de trigo, milho e algodão. Soja não existia ainda naquela época.

Conforme relata Jair Elias, a AEACM inaugurou a sua sede em outubro de 1982, sendo a primeira Associação do interior do Paraná a contar com sede própria. No final da década de 80, após uma campanha junto a produtores foram arrecadados mais de 4 mil sacas de soja que alavancaram a construção da sede atual, construído também o ginásio de esportes e melhorado o acesso pela Avenida Irmãos Pereira, além do asfaltamento da parte interna da Associação. Outra importante conquista da Associação dos Agrônomos aconteceu em 2003, com a inauguração do anfiteatro. O espaço foi inaugurado no 9 de maio daquele ano. A construção imponente foi concluída em apenas sete meses.

Além de sua contribuição técnica para o desenvolvimento das terras para produção de alimentos, a AEACM tem participação expressiva na área social. Há 27 anos, por exemplo, promove o torneio de futebol com costelão com renda em prol de entidades assistenciais. Além disso, mantém outros projetos de caráter comunitário como apoio ao Hospital Santa Casa, municipalização da agricultura no projeto agrícola municipal, entre outros.

“Ao longo destes 50 anos, a entidade percorreu um longo caminho transformando-se profundamente. Hoje, cinco décadas depois de sua fundação, é um grande exemplo de empreendedorismo, de representação dos agrônomos e zelo pelo maior patrimônio da humanidade: a terra e a agricultura”, classifica Jair Elias.

Por fim, o presidente da entidade, Roberto Bueno, atribui o sucesso da AEACM, que alcançou o Jubileu de Ouro, ‘ao fruto da união, visão e trabalho’ dos profissionais da agronomia, ‘que se reuniram e jamais imaginaram que um dia seus propósitos seriam perpetuados e consolidados’.

Fatos da história

Início da década de 1970 – A região de Campo Mourão dava os seus primeiros passos na direção do desenvolvimento econômico e social. Os engenheiros agrônomos que atuavam na região decidem criar o Núcleo dos Engenheiros Agrônomos de Campo Mourão, em 15 de julho de 1972, sendo escolhido João Carlos Flores como primeiro presidente. Participaram da fundação 15 engenheiros agrônomos e devido ao pequeno número de agrônomos na região. A Associação, o núcleo abrangiam originalmente as regiões de Cianorte, Umuarama, Goioerê e Ubiratã.

Conservação do solo

Com a intensificação da mecanização agrícola, tornaram-se visíveis os problemas, com destaque para a erosão dos solos, que preocupava técnicos e produtores. A cidade foi escolhida para o lançamento do Plano Nacional de Conservação de Solos em 4 de setembro de 1976 com a presença do então Ministro da Agricultura, Alisson Paulinelli. Em 1974 o cultivo em sistema direto já era iniciado em Campo Mourão, pelo pioneirismo de cinco agricultores.

Fundação da Coamo

No início da década de 70, a fundação da Coamo foi um acontecimento extremamente relevante para a região, pelo impulso que deu à agricultura e também contribuindo para dar uma nova dimensão ao exercício da agronomia.

Primeira sede

No início da década de 80, o contingente de engenheiros agrônomos na região já era bem considerável e novos profissionais continuavam chegando. Foi então que o Núcleo inaugurou a sede em outubro de 1982, sendo o primeiro núcleo do interior do Estado a contar com sede própria.

Rio do Campo

Pelo caráter comunitário, ambiental, social e econômico, e pioneirismo no âmbito nacional, o projeto da Microbacia do Rio do Campo, que foi criado e liderado pelo Núcleo dos Engenheiros Agrônomos de Campo Mourão, no início dos anos oitenta, em parceria com a prefeitura, Seab, Emater, Coamo e ITC, até hoje constitui motivo de orgulho para a AEACM. Ainda na década de 80, o Núcleo participou ativamente das discussões relativas a implantação do receituário agronômico, além de verificar grandes avanços nas técnicas de conservação e correção da acidez dos solos, bem como uma notável disseminação da técnica de plantio direto. Ganharam projeção as questões relativas a conservação dos recursos naturais e preservação do meio ambiente, com destaque para o manejo integrado de pragas e os primeiros debates sobre a adoção das práticas de rotação de culturas.

Sede atual

No final dos anos 80, depois de uma campanha junto aos agricultores, foram arrecadadas mais de 4.000 sacas de soja, que alavancaram a construção da nova sede. E ainda na área patrimonial, foi construído o Ginásio de Esportes e melhorado o acesso à associação pela Avenida Irmãos Pereira, bem como o asfaltamento da rua interna da Associação e outras benfeitorias.

AEACM

Em 14 de março de 1993, o Núcleo transformou-se em Associação dos Engenheiros Agrônomos de Campo Mourão, adquirindo personalidade Jurídica Própria. Na área de Política Profissional, a AEACM passou a contar com sucessivos conselheiros junto ao CREA/Pr, até que em 1997, obteve uma vaga permanente de conselheiro naquela autarquia, representando a Associação de Campo Mourão.

Melhorias

Em 2001, em iniciativa pioneira no interior do Estado, a entidade, em convênio com a Fecilcam/Unespar, lançou um curso de pós-graduação em Fertilidade de Solo e Nutrição de Plantas, destinado a engenheiros agrônomos.

Com informações de Jair Elias